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Bancos centrais voltam a vender ouro 10 anos depois

O Citigroup previu no mês passado que a procura do banco central irá recuperar em 2021, depois de desacelerar em 2020, o que aconteceu após recordes de compras atingidos em 2018 e 2019. As entradas de fundos negociados em bolsa impulsionaram o negócio do ouro.
29 Outubro 2020, 13h34

Desde 2010 que os bancos centrais não recorriam à venda de ouro. As vendas líquidas totalizaram 12,1 toneladas de ouro no terceiro trimestre, em comparação com as compras de 141,9 toneladas no ano anterior, de acordo com um relatório do World Gold Council (WGC), informa a “Bloomberg”.

O Citigroup previu no mês passado que a procura do banco central irá recuperar em 2021, depois de desacelerar em 2020, o que aconteceu após recordes de compras atingidos em 2018 e 2019. As entradas de fundos negociados em bolsa impulsionaram o negócio do ouro.

As vendas foram impulsionadas pelo Uzbequistão e pela Turquia, enquanto o banco central da Rússia divulgou a sua primeira venda trimestral em 13 anos, disse o WGC. Embora as entradas em fundos negociados em bolsa tenham impulsionado o avanço do ouro em 2020, a compra pelos bancos centrais ajudou a sustentar o metal precioso nos últimos anos.

Louise Street, analista-chefe do WGC, comenta que “não é surpreendente que, perante as circunstâncias, os bancos possam escrutinar as suas reservas de ouro”, o analista acrescenta que “praticamente todas as vendas são feitas por bancos que compram de fontes domésticas, aproveitando o alto preço do ouro”.

Os bancos centrais da Turquia e do Uzbequistão venderam 22,3 toneladas e 34,9 toneladas de ouro, respetivamente, no terceiro trimestre, disse o WGC. O Uzbequistão tem diversificado as reservas internacionais do ouro à medida que o país da Ásia Central regista décadas de isolamento.

O ouro subiu para um recorde acima de 2,1 mil dólares (1,71 mil euros) por 28gr em agosto, antes de cair para negociações em torno de 1,9 mil dólares (1,6 mil euros) nas últimas semanas. A procura geral por ouro caiu 19% em relação ao ano anterior para o valor mais baixo desde 2009 no último trimestre, disse o WGC, em grande parte graças à contínua desaceleração na compra de joias.

O fornecimento total de ouro caiu 3% em relação ao ano anterior, pois a produção em minas permaneceu baixa, mesmo depois das restrições provocadas pela pandemia de Covid-19 terem sido suspensas em países produtores como a África do Sul. Um aumento trimestral na reciclagem suavizou o declínio, com os consumidores a lucrar com os preços altos.

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