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Bancos da zona euro retiveram dividendos no valor de 27 mil milhões de euros

Este montante ficou retido nos balanços das instituições financeiras, que criaram uma almofada para fazer face à crise da Covid-19. “Segundo a informação que temos agora, havia 35 mil milhões de euros em dividendos que se iam distribuir e mais de 27 mil milhões ficaram retidos por completo nos balanços do bancos”, explicou Andrea Enria, presidente do Conselho de Supervisão do Banco Central Europeu.
  • Andrea Enria, presidente do Mecanismo Único de Supervisão do Banco Central Europeu
6 Maio 2020, 10h36

Os bancos da zona euro congelaram a distribuição de dividendos no valor de 27 mil milhões de euros, noticia o jornal espanhol “Expansión”, citando declarações de Andrea Enria, presidente do Conselho de Supervisão do Banco Central Europeu (BCE), durante uma reunião por meios telemáticos na Comissão de Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu.

Este montante ficou retido nos balanços das instituições financeiras, que criaram uma almofada para fazer face à crise da Covid-19. “Segundo a informação que temos agora, havia 35 mil milhões de euros em dividendos que se iam distribuir e mais de 27 mil milhões ficaram retidos por completo nos balanços do bancos, o que é um feito importante”, explicou Andrea Enria.

No final de março, o BCE recomendou aos bancos que supervisiona na zona euro de não distribuirem dividendos relativos aos exercícios de 2019 e de 2020 até ao próximo dia 1 de outubro, uma recomendação depois seguida pelo Banco de Portugal.

Andrea Enria revelou que “a maioria dos bancos cumpriu com a nossa recomendação”.

Em Portugal, os principais bancos decidiram reter a remuneração acionista relativa ao exercício de 2019 nos seus balanços.

A administração do Millennium bcp que, inicialmente tinha previsto fazer uma proposta de distribuição de dividendos “muito conservadora” à assembleia-geral, voltou atrás na decisão em março, resolvendo propor não remunerar os acionistas este ano.

Por sua vez, a administração da Caixa Geral de Depósitos iria remunerar o Estado em cerca de 300 milhões de euros. No entanto, após comunicação ao mercado e depois da audição parlamentar em abril, Paulo Macedo, presidente executivo do banco público, reiterou que a administração do banco vai propor na próxima assembleia-geral que não haja distribuições de dividendos.

O Santander Totta seguiu a mesma linha e, num nota dirigida ao mercado, informou que, na sequência das recomendações emitidas pelo BCE e de interações com o Banco de Portugal, decidiu que não procederá à distribuição de dividendos programada para o próximo mês de maio referente ao exercício de 2019.

O BPI foi  último dos grandes bancos portugueses a suspender a distribuição de dividendos. O banco liderado por Pablo Forero tinha inicialmente o objetivo de remunerar o CaixaBank em 117 milhões de euros relativos ao exercício de 2019.

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