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Bancos deram 967 milhões em crédito à habitação em julho

Esta subida acontece quando passa um ano da entrada em vigor dos novos limites à concessão de crédito introduzidos pelo Banco de Portugal. O “travão” começou a ser aplicado em julho de 2018, com um instrumento de três tipos de limites conjugados entre si.
  • Cristina Bernardo
10 Setembro 2019, 11h52

“Os volumes de novas operações para habitação, consumo e outros fins totalizaram 967, 515 e 183 milhões de euros, respetivamente. O montante das novas operações de empréstimos ao consumo representa um máximo histórico”, diz o Banco de Portugal na sua nota de informação estatística relativa a julho de 2019.

Esta subida acontece quando passa um ano da entrada em vigor dos novos limites à concessão de crédito introduzidos pelo Banco de Portugal. O “travão” começou a ser aplicado em julho de 2018, com um instrumento de três tipos de limites conjugados entre si.

O rácio entre o montante do empréstimo e o valor do imóvel dado em garantia (LTV) deve ser de “90% para créditos para habitação própria e permanente”; “de 80% para créditos com outras finalidades que não habitação própria e permanente”; e de “100% para créditos para aquisição de imóveis detidos pelas instituições e para contratos de locação financeira imobiliária”. A referência para o valor do imóvel é “o mínimo entre o preço de aquisição e o valor de avaliação”. Outra linha de defesa é o “rácio entre o montante da prestação mensal calculada com todos os empréstimos do mutuário e o seu rendimento” (DSTI), que não deve ultrapassar os 50%. No cálculo do peso das prestações deve ser incluído o efeito de subidas de juros no futuro e de menor rendimento disponível a partir dos 70 anos. Existem exceções a essa regra. Os bancos podem atribuir até 5% do total de crédito num ano a clientes que ultrapassem um DSTI de 60%. Um quinto dos empréstimos pode ir para mutuários com um DSTI até 60%.

O Banco de Portugal quer também prudência com os créditos de prazos mais longos e por isso quer um limite na maturidade original dos empréstimos de 40 anos com uma “convergência gradual para uma maturidade média de 30 anos até final de 2022”, tal como noticiou na altura a Lusa.

Em julho, nas novas operações de crédito a particulares para habitação, a taxa de juro média diminuiu 7 pontos base (pb) para 1,26%, tratando-se de um novo mínimo histórico, reporta o BdP, No crédito ao consumo e para outros fins, as taxas de juro médias foram, respetivamente, de 7,00% e 4,21%.

No que toca às estatísticas dos “Empréstimos e depósitos bancários – julho de 2019”, o banco central diz que a “taxa de variação anual dos empréstimos a particulares (habitação) foi de -1,0%, o que traduz uma descida de 0,1 pontos percentuais (pp) em relação ao mês anterior”.

No crédito a empresas, em julho, a taxa de juro média dos novos empréstimos concedidos a sociedades não financeiras foi de 2,22% (2,26% em junho).

A taxa de juro das operações acima de 1 milhão de euros foi de 1,89% e a das operações abaixo de 1 milhão de euros foi de 2,49% (novo mínimo histórico), diminuindo o diferencial entre as duas taxas face ao mês anterior.

Em julho de 2019, os empréstimos concedidos pelos bancos a sociedades não financeiras apresentaram uma taxa de variação anual de 1,4%, que compara com 1,6% registados em junho, explica o banco central. A variação anual dos empréstimos a particulares (habitação) foi de -1,0%, o que traduz uma descida de 0,1 pontos percentuais (pp) em relação ao mês anterior.

Para o conjunto da área do euro, as taxas de variação anual dos empréstimos a sociedades não financeiras e a particulares (habitação) foram de 3,3% e 3,5%, depois de, em junho, se terem situado em 3,3% e 3,4%, respetivamente, refere o BdP.

Depósitos de particulares sobem
Os depósitos de particulares nos bancos residentes totalizavam 149,4 mil milhões de euros no final de julho de 2019, avança o Banco de Portugal.

A taxa de variação anual foi de 4,4%, mais 0,6 pontos percentuais do que o observado em junho.

Na área do euro, a variação anual dos depósitos de particulares foi de 5,5% em julho, valor acima dos 5,2% registados no mês anterior.

No que toca às taxas de juro de novas operações de depósitos, verifica-se que em julho de 2019, a taxa de juro média dos novos depósitos até um ano de sociedades não financeiras (empresas) foi de 0,12%, mais 3 pontos base do que no mês anterior . Nos particulares, o valor médio da taxa de juro dos novos depósitos até um ano atingiu um novo mínimo histórico de 0,11%.

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