[weglot_switcher]

Bancos moçambicanos perdem 71 mil euros por dia com apagão de caixas automáticas

“Para o sistema bancário que depende da rede da Sociedade Interbancária em Moçambique [Simo], o prejuízo diário está estimado em cinco milhões de Meticais”, disse Bernardo Cumaio, responsável para a área da política financeira da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA).
19 Novembro 2018, 19h30

Bancos comerciais da rede da Sociedade Interbancária em Moçambique perdem cinco milhões de meticais (71 mil euros) diariamente devido ao apagão de da rede de caixas automáticas que se regista deste sexta-feira, informou hoje a maior entidade patronal moçambicana.

“Para o sistema bancário que depende da rede da Sociedade Interbancária em Moçambique [Simo], o prejuízo diário está estimado em cinco milhões de Meticais”, disse Bernardo Cumaio, responsável para a área da política financeira da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA).

Cumaio falava hoje numa conferência de imprensa convocada para reagir ao apagão nas caixas automáticas e terminais de pagamento (POS, na sigla inglesa) da rede Simo em todo o país.

Aquele responsável disse que Moçambique deve encontrar uma solução urgente para o problema, considerando que a anomalia vai afetar negativamente o ambiente de negócios no país.

“O setor privado exige que se restabeleça o sistema de pagamentos para a retoma das transações comerciais, fluxo da atividade económica e a melhoria do ambiente de negócios”, acrescentou.

Os dados da CTA indicam ainda que, com o apagão, diariamente, a faturação dos grandes centros comerciais cai em 90% e dos restaurantes e hotéis perdem 70%.

Além dos prejuízos quantificados, há custos associados, nomeadamente: a deslocação às agências bancárias, a espera na fila e a desconfiança da eficiência do sistema bancário por parte do cliente, acrescentou.

“As empresas tiveram de reprogramar as suas atividades, significa um acréscimo nos custos operacionais”, lamentou Cumaio, que estranha “o silêncio do regulador [Banco de Moçambique, acionista maioritário do Simo] e de outras entidades relevantes do sistema financeiro moçambicano”.

“Esta situação contraria o esforço efetuado de modernização e expansão e inclusão financeira”, referiu.

Em conferência de imprensa realizada no domingo, a a administração da Simo admitiu que não há previsão sobre quando voltará a funcionar a sua rede de caixas automáticas e terminais de pagamento, que está inoperacional desde sexta-feira.

“É difícil saber ao certo quando tudo estará pronto, mas estamos a fazer o possível para resolver com brevidade a questão”, referiu Gertrudes Tovela, presidente do conselho de administração da Simo, acrescentando que apagão deveu-se a desentendimentos da Simo com a empresa que gere as transações (a empresa portuguesa de novas tecnologias Bizfirst)

Em comunicado de imprensa, empresa portuguesa considerou que o apagão de caixas automáticas e operações com cartão da maioria dos bancos moçambicanos deve-se a falta de pagamento e outros incumprimentos da Simo.

Dados oficiais indicam que o SIMO registava diariamente 465.000 transações internamente e 14.000 externamente, movimentando 600 milhões de meticais (8,5 milhões de euros).

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.