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Banir vendas de carros a gasolina e gasóleo para atingir o Acordo de Paris, defende a Zero

Na União Europeia, dentro do setor dos transportes, os carros a gasolina e a gasóleo representam 44% da emissão dos gases com efeito de estufa e, em Portugal, representam cerca de um quarto. Para os objetivos do Acordo de Paris serem alcançados, será necessário banir estes veículos.
21 Novembro 2018, 23h01

Para a União Europeia (UE) alcançar o objetivo de limitar a subida da temperatura até aos dois graus celsius até 2050, previsto no Acordo de Paris de 2015, será necessário banir a vendas de carros a gasolina e a gasóleo nos próximos 15 anos de forma a descarbonizar o setor dos transportes.

Esta é a conclusão de um estudo desenvolvido pela Federação Europeia dos Transportes (T&E), que tem como missão a promoção de política de transportes baseada em princípios de desenvolvimento sustentável, no qual apela a UE a banir as vendas daqueles carros, uma vez que o setor do transporte é responsável por 27% do total da emissão de gazes com efeito de estufa, que aquecem o planeta.

Por sua vez, dentro do setor dos transportes, os carros a gasolina e a gasóleo representam 44% da emissão daqueles gazes, segundo a T&E.

Em Portugal, a Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável, que promove a concretização do desenvolvimento sustentável, e parceira da T&E, referiu, em comunicado, que ” a UE pode mais facilmente alcançar uma frota de emissões zero através da transição para veículos elétricos e a hidrogénio”.

Entre as medidas elencadas no estudo para descarbonização dos transportes, a Zero defende medidas que provoquem uma diminuição da utilização de veículos, como o aumento dos impostos sobre os combustíveis e das taxas rodoviárias. Em paralelo, também apela à partilha de veículos e “a transferência do transporto individual para outros modos de transporte”.

“A implementação de um pacote ambicioso de medidas para a redução da procura só produzirá, no máximo, uma redução das emissões de 28%, em 2050”, revelou a Zero. “A maior fatia em termos de redução de emissões requer uma transição para veículos de emissões-zero até 2035, o mais tardar. Os veículos com motores a combustão que ainda estejam a circular nas estadas europeias em 2050 terão de ser banidos”.

Além disso, a Zero explicou ainda que as propostas de redução de emissões de CO2 em 2025 e em 2030 estão abaixo da redução em 60% da emissão de gazes com efeito de estufa exigidos pelo Acordo de Paris. “Cerca de um terço dos novos veículos vendidos terão de ser plug-in para atingir a meta de redução das emissões de Co2 da UE em 2030″, enquanto tos os novos veículos terão de ser “emissões zero” para cumprir o objetivo de descarbonização da frota até 2035″.

Em relação ao Estado português, a Zero alerta que é preciso ir mais longe e adoptar um pacote de medidas mais ambiciosas, uma vez que o setor dos transportes é responsável por cerca de 25% das emissões totais nacionais de gases com efeito de estufa. Embora o secretário de Estado da Mobilidade, José Mendes, já tenha definido o objetivo de todos os novos veículos ligeiros de passageiros e comerciais vendidos em Portugal serem ‘emissões-zero’ a partir de 2030, a Zero considera que, por essa altura, será “demasiado tarde”.

“Se houver vontade política, através da revisão dos impostos sobre veículos e combustíveis ou da introdução de zonas de emissão zero, os governos e as autarquias têm as ferramentas necessárias para cumprir este objetivo”, explicou a associação ambientalista.

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