Para a União Europeia (UE) alcançar o objetivo de limitar a subida da temperatura até aos dois graus celsius até 2050, previsto no Acordo de Paris de 2015, será necessário banir a vendas de carros a gasolina e a gasóleo nos próximos 15 anos de forma a descarbonizar o setor dos transportes.
Esta é a conclusão de um estudo desenvolvido pela Federação Europeia dos Transportes (T&E), que tem como missão a promoção de política de transportes baseada em princípios de desenvolvimento sustentável, no qual apela a UE a banir as vendas daqueles carros, uma vez que o setor do transporte é responsável por 27% do total da emissão de gazes com efeito de estufa, que aquecem o planeta.
Por sua vez, dentro do setor dos transportes, os carros a gasolina e a gasóleo representam 44% da emissão daqueles gazes, segundo a T&E.
Em Portugal, a Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável, que promove a concretização do desenvolvimento sustentável, e parceira da T&E, referiu, em comunicado, que ” a UE pode mais facilmente alcançar uma frota de emissões zero através da transição para veículos elétricos e a hidrogénio”.
Entre as medidas elencadas no estudo para descarbonização dos transportes, a Zero defende medidas que provoquem uma diminuição da utilização de veículos, como o aumento dos impostos sobre os combustíveis e das taxas rodoviárias. Em paralelo, também apela à partilha de veículos e “a transferência do transporto individual para outros modos de transporte”.
“A implementação de um pacote ambicioso de medidas para a redução da procura só produzirá, no máximo, uma redução das emissões de 28%, em 2050”, revelou a Zero. “A maior fatia em termos de redução de emissões requer uma transição para veículos de emissões-zero até 2035, o mais tardar. Os veículos com motores a combustão que ainda estejam a circular nas estadas europeias em 2050 terão de ser banidos”.
Além disso, a Zero explicou ainda que as propostas de redução de emissões de CO2 em 2025 e em 2030 estão abaixo da redução em 60% da emissão de gazes com efeito de estufa exigidos pelo Acordo de Paris. “Cerca de um terço dos novos veículos vendidos terão de ser plug-in para atingir a meta de redução das emissões de Co2 da UE em 2030″, enquanto tos os novos veículos terão de ser “emissões zero” para cumprir o objetivo de descarbonização da frota até 2035″.
Em relação ao Estado português, a Zero alerta que é preciso ir mais longe e adoptar um pacote de medidas mais ambiciosas, uma vez que o setor dos transportes é responsável por cerca de 25% das emissões totais nacionais de gases com efeito de estufa. Embora o secretário de Estado da Mobilidade, José Mendes, já tenha definido o objetivo de todos os novos veículos ligeiros de passageiros e comerciais vendidos em Portugal serem ‘emissões-zero’ a partir de 2030, a Zero considera que, por essa altura, será “demasiado tarde”.
“Se houver vontade política, através da revisão dos impostos sobre veículos e combustíveis ou da introdução de zonas de emissão zero, os governos e as autarquias têm as ferramentas necessárias para cumprir este objetivo”, explicou a associação ambientalista.
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