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Bankinter obtém lucros de 1.250 milhões com contributo de 40 milhões de Portugal

Após a constituição das provisões correspondentes, o resultado antes de impostos do Bankinter Portugal ascende a 40 milhões de euros, o que representa um crescimento de 24%. O grupo espanhol viu os lucros subirem com o contributo do aumento de todas as rubricas de receitas.
21 Outubro 2021, 10h00

O Bankinter registou um resultado líquido de 1.250,6 milhões de euros, o que inclui a mais-valia gerada com a operação da Línea Directa e com as receitas a superarem os níveis pré-pandemia.

A operação de entrada em Bolsa da Línea Directa no final de abril gerou uma mais-valia de 895,7 milhões de euros após impostos. Excluindo esta mais-valia, o resultado recorrente do Grupo Bankinter seria de 354,9 milhões de euros, incluindo os quatro meses de receitas geradas pela Línea Directa enquanto esteve no perímetro do banco. Este resultado compara com os 220,1 milhões do mesmo período de 2020 e com os 444 milhões de euros do mesmo período de 2019, embora estes últimos incluam uma entrada extraordinária de 57 milhões de euros proveniente da operação de aquisição do EVO Banco.

Já o Bankinter Portugal reportou um resultado antes de provisões de 51 milhões de euros, a crescer 21% face ao mesmo período do ano anterior.

O resultado antes de impostos da sucursal em Portugal é de 40 milhões de euros, o que representa um crescimento de 24%. O crescimento global da carteira de crédito foi de 5%, fechando o terceiro trimestre com uma carteira de 4,9 mil milhões de euros na banca comercial (mais 6%) e de dois mil milhões de euros na Banca de Empresas (mais 5%). Quanto aos recursos de clientes, o seu crescimento foi de 19% para os 5,6 mil milhões de euros.

“Este aumento da atividade comercial traduz-se num crescimento tanto da margem de juros, 4%, como sobretudo da margem bruta, mais 12%, graças ao bom desempenho das comissões, que crescem 23%”, diz o banco em comunicado.

Assim, o resultado antes de provisões em Portugal “ascende a 51 milhões de euros, mais 21% do que no período homólogo de 2020. Após a constituição das provisões correspondentes, o resultado antes de impostos do Bankinter Portugal ascende a 40 milhões de euros, o que representa um crescimento de 24%”. Este é o contributo da sucursal portuguesa para o consolidado do grupo.

O grupo espanhol acaba o terceiro trimestre de 2021 com uma atividade no negócio com clientes  impulsionada por um enquadramento económico que “dá sinais de franca recuperação”, o que se reflete nas diferentes rubricas do balanço e da conta de resultados, todas com crescimentos em relação ao mesmo período de 2020.

A rendibilidade dos capitais próprios (ROE), excluindo a mais-valia da Línea Directa, é de 9,4% face aos 7,1% do terceiro trimestre de 2020, período em que o banco teve de realizar maiores provisões extraordinárias devido à pandemia e à deterioração do contexto macroeconómico.

No que diz respeito ao capital, o Bankinter mantém um rácio CET1 fully loaded de 12,3%, face aos 11,97% de há um ano e, em ambos os casos, muito superior aos 7,68% exigidos pelo BCE.

Quanto à qualidade da carteira de crédito, o rácio de morosidade, é dos mais baixos do sistema, situando-se nos 2,40%, traduzindo uma melhoria de 11 pontos base face ao ano anterior, mesmo tendo acabado as moratórias hipotecárias, o que segundo Bankinter “não teve nenhum impacto no rácio de NPL (non-performing loans). A cobertura o malparado é de 62,75%, também 110 pontos base acima do valor de há um ano.

No que se refere à liquidez, o Bankinter apresenta um gap comercial negativo, com um rácio de depósitos sobre créditos de 106,3%.

O  Bankinter foi o banco espanhol que registou menor impacto no cenário de stress, nos  testes de stress realizados pela Autoridade Bancária Europeia (EBA), e o terceiro com o menor impacto na Europa.

O banco liderado por Maria Dolores Dancausa retomou a sua tradicional política de remuneração ao acionista a partir de dia 1 de outubro, com um pay out dividend de 50%.

O Bankinter fechou o terceiro trimestre em todas as suas linhas de receita a subirem. Assim, a conta de resultados apresenta crescimentos em todas as rubricas, tanto em comparação com o mesmo período de 2020, como inclusivamente em relação a 2019. “Isto revela, em primeiro lugar, que o banco antecipa com êxito a trajetória de recuperação económica e, ao mesmo tempo, que dispõe da diversificação e potencial necessário para cumprir o seu exigente objectivo de, num prazo aproximado de três anos, compensar com o negócio bancário a ausência de resultados da Línea Directa”, descreve a instituição.

A margem de juros ascendeu a 955,1 milhões de euros, 3% superior à do período homólogo de 2020. “Apesar de se tratar de um crescimento moderado, há que destacar que ocorre num ambiente de taxas de juro negativas, o que tem tido efeitos no repricing das hipotecas”, diz o Bankinter.

Já margem bruta reflecte o maior nível de receitas geradas neste período, atingindo 1.422,9 milhões de euros, mais 9,8%, com as comissões a terem um protagonismo especial ao contribuírem com 443 milhões de euros para esta rubrica, o que representa 31 % da margem bruta. O crescimento desta linha em relação ao mesmo período de 2020 é de 23%.

Este crescimento das comissões é consequência da maior atividade desenvolvida pelo banco na comercialização de produtos e serviços de elevado valor acrescentado. Assim, por exemplo, as comissões derivadas da gestão de ativos aumentam 26%, para 143 milhões de euros; as comissões das operações com valores crescem 22%, atingindo 84 milhões de euros; e as comissões provenientes de seguros e fundos de pensões crescem 12%, totalizando 58 milhões de euros. De destacar também a comissão registada pelo banco pela venda do fundo de energias renováveis Helia I ao grupo canadiano Northland Power, no âmbito da sua actividade de investimento alternativo com clientes de banca privada. Esta comissão extraordinária, no valor de 45 milhões de euros, foi destinada na sua totalidade para antecipar todas as provisões legais previstas para este ano e para o seguinte.

Quanto ao rácio de eficiência do grupo reduziu-se para 43,9% face aos 46,4% de há um ano e aos 47,5% de setembro de 2019. Tendo como conta apenas Espanha, o rácio de eficiência situa-se nuns ainda melhores 39,9%.

Quanto ao crédito concedido a clientes, termina o trimestre em 66.047 milhões de euros, mais 4,3%. O crescimento do crédito em Espanha foi de 2,6%, o que compara com um decréscimo de 1% do setor, de acordo dados de agosto do Banco de Espanha (BdE).

Os recursos de clientes de retalho registaram um crescimento de 10,4%, para 69.128,6 milhões de euros. O crescimento em Espanha destes recursos foi de 9,7%, face a um crescimento do sector de 4,6%, de acordo com dados de agosto do BdE.

No que se refere ao Bankinter Consumer Finance, a carteira de crédito ascende a 3.300 milhões de euros, mais 15% que a 30 de setembro de 2020, com a nova produção nestes nove meses a alcançar mil milhões de euros, o que representa mais 84% relativamente ao mesmo período do ano passado. Deste volume global, 1,8 mil milhões correspondem a crédito ao consumo e o restante aos diversos tipos de cartões e hipotecas comercializados na Irlanda.

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