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Bankinter aumenta lucros em 4,6% com a ajuda de Portugal

O Bankinter Portugal terminou o ano novamente com um desempenho positivo alcançando um resultado antes de impostos de 66 milhões de euros, o que compara com os 60 milhões obtidos em 2018.
23 Janeiro 2020, 10h09

O Bankinter registou em 2019 um resultado de 551 milhões de euros, mais 4,6% do que em 2018, à custa do crescimento em todas as rubricas e linhas de negócio.

“O resultado líquido do grupo em 2019 é de 550,7 milhões de euros e o resultado antes de impostos de 741,4 milhões de euros, o que representa um crescimento relativamente ao ano anterior de 4,6% e de 2,8%, respetivamente. Estes resultados incluem os números do EVO Banco e da Avantcard, cuja integração nas contas do grupo ocorreu no passado dia 31 de maio”, explica o banco espanhol.

Excluindo os números destes negócios e o impacto da sua integração, o resultado antes de impostos cresceria 2,4% relativamente a 2018. Isto é, todas as rubricas aumentam, mesmo sem a contribuição do EVO e da Avantcard.

Em Portugal, o Bankinter fechou o ano novamente com um desempenho positivo, alcançando um resultado antes de impostos de 66 milhões de euros, o que compara com os 60 milhões obtidos em 2018.

“O negócio com clientes manteve um ritmo muito positivo ao longo de todo o ano com a carteira de crédito a crescer 13%, com especial destaque para o crédito a empresas, que cresce 26%”, refere a instituição. Os recursos de clientes em Portugal crescem 7% em relação a 2018 e os recursos fora de balanço aumentam 12% relativamente ao ano anterior.

O banco espanhol anuncia em comunicado que “dá seguimento a um período de sete anos consecutivos de crescimento dos seus resultados consolidados, com uma taxa de crescimento anual composta de 24%, entre 2012 e 2019“.

No balanço o crédito a clientes aumenta 9% face a 2018 e os recursos de clientes de retalho crescem 14,3%. Os volumes totais são superiores aos de 2018, mesmo sem incluir os negócios adquiridos.

O Bankinter conclui o ano com uma rentabilidade dos capitais próprios, ROE, de 13% e um rácio de capital CET 1 fully loaded de 11,61%, acima do requisito mínimo estabelecido pelo BCE e numa posição de liderança entre a banca cotada europeia.

Em termos de qualidade do crédito, o rácio de morosidade é de 2,51%, o que traduz uma melhoria de 39 pontos base relativamente ao final de 2018. “Adicionalmente, é de assinalar a redução verificada na carteira de ativos imobiliários adjudicados que, no espaço de um ano, passa de 348,2 milhões de euros para 290,7 milhões de euros, valor com que fechou 2019, o que representa menos 16,5%. O rácio de cobertura destes ativos imobiliários adjudicados é de 44,5%“, refere o Bankinter.

No que diz respeito à solvência, o rácio de capital CET1 fully loaded é de 11,61%, muito acima do valor estabelecido para o Bankinter pelo BCE, que será novamente este ano de 8,20%, mantendo o regulador o mesmo requisito mínimo de capital que em 2019.

Relativamente à liquidez, o gap comercial (diferença entre o crédito concedido e os recursos de clientes) reduz para 1.300 milhões de euros quando há um ano era de 3.700 milhões, o que faz com que o rácio de depósitos sobre créditos se situe em 98,3%.

O banco diz ainda que os vencimentos de emissões obrigacionistas, só estão previstos 800 milhões de euros para este ano e outros 1.000 milhões para 2022, embora o Bankinter possua ativos líquidos no valor de 13.400 milhões de euros e uma capacidade de emissão de obrigações de 6.000 milhões de euros.

“O negócio do Bankinter com clientes continua a estar na origem dos bons resultados obtidos pelo banco em 2019, o que se reflete no crescimento de todas as rubricas da conta de resultados”, refere a nota.

A ajudar a conta de resultados está a margem de juros que atinge, no final do ano, 1.190,6 milhões de euros, mais 8,8% do que há um ano. Sem levar em conta a contribuição do EVO Bank e da Avantcard para esta rubrica, o crescimento seria de 5,1%. A margem gerada com clientes alcança 2,01%, melhorando 9 pontos base relativamente a 2018.

Quanto à margem bruta, esta termina o ano em 2.054,7 milhões de euros, mais 5,9% do que no ano anterior, com as receitas líquidas provenientes de comissões a totalizarem 479,5 milhões de euros, mais 6,6% do que em 2018. Sem contar com o EVO Bank, o crescimento da margem bruta seria de 3,4%.

Por seu turno, a margem de exploração fecha 2019 em 977,5 milhões de euros, mais 4,4% do que o valor registado há um ano e mais 7,9% sem considerar o EVO Bank.

Os custos operacionais aumentaram 7,2% no ano, em grande parte devido à integração dos negócios adquiridos, embora no caso da atividade bancária (Espanha e Portugal) apenas cresçam 0,2%.

Com tudo isto, o rácio de eficiência da atividade bancária termina o ano em 47,4%, valor que, sem levar em conta o EVO Bank, melhoraria para os 45,3%.

No que concerne ao balanço do Bankinter, os ativos totais do Grupo somam, no final do ano, 83.732,3 milhões de euros, mais 9,5% do que em 2018, embora incorporem os negócios do EVO Bank e da Avantcard desde 31 de maio de 2019.

No balanço o total de crédito a clientes é, no final do exercício, de 60.411 milhões de euros, mais 8,9% do que em 2018. Excluindo o EVO Bank e considerando apenas os negócios em Espanha, o crescimento do crédito a clientes seria de 5%, o que compara bem com o resto do setor em Espanha que, de acordo com os dados de novembro do Banco de Espanha, viu este valor diminuir 1%.

Já os recursos de clientes de retalho do banco espanhol totalizam 57.814,6 milhões de euros, mais 14,3% do que no final de 2018. Considerando apenas Espanha e sem levar em conta o EVO Bank, o crescimento foi 7% acima da média do setor. No que diz respeito aos recursos fora de balanço, o crescimento é de 13,7%.

”Estes resultados mostram que o negócio do Bankinter com clientes mantém todo o seu potencial e continua a ser o principal gerador das receitas do Grupo, com as linhas puramente bancárias a crescerem a um ritmo mais rápido do que o negócio segurador”, descreve o banco.

“A Banca de Empresas viveu um ano positivo, com a carteira de crédito a atingir 25.500 milhões de euros. Considerando apenas a operação em Espanha, a carteira de crédito a empresas é de 23.800 milhões de euros, mais 5,1% do que no final de 2018, um crescimento que ocorre em contraciclo com o restante setor cuja carteira voltou a diminuir, neste caso, 2,7%, de acordo com dados de novembro”, refere a instituição.

Ainda no âmbito da Banca de Empresas, a Banca Internacional teve uma margem bruta que cresceu 7% no ano; o Negócio Transacional apresenta receitas de comissões que crescem 14%; e a Banca de Investimento que, desde novembro de 2019, opera com a nova marca Bankinter Investment, e cujas receitas provenientes de comissões e a margem bruta cresceram 52% e 22%, respetivamente.

A principal alavanca do negócio foi a Banca Privada, cujo património sob gestão atingiu os 40.400 milhões de euros, mais 13% do que há um ano e que apresenta uma taxa de crescimento anual composta de 7%, entre 2014 e 2019.

No segmento de Banca Personal, o património sob gestão cresceu 9% para os 23.700 milhões de euros.

Relativamente aos produtos mais representativos da Banca Comercial, em 2019 destaca-se a nova produção hipotecária que alcançou um volume de 2.956 milhões de euros, mais 17% do que a produção de 2018, com 38% das hipotecas a serem realizadas na modalidade taxa fixa.

Por seu turno a Línea Directa Aseguradora conclui o exercício com 3,16 milhões de riscos segurados, mais 5% do que em 2018, com um crescimento de apólices Auto de 3,6% e um crescimento maior em apólices Lar, de 9,6%. Os prémios emitidos terminaram o ano com 891,3 milhões de euros, mais 4,5% do que no ano anterior, com crescimentos acima da média do setor quer em Lar, quer em Auto.

O rácio combinado da Línea Directa situa-se em 87,9%, o ROE em 33% e o rácio de solvência em 211%.

Por fim o banco de crédito ao consumo, o Bankinter Consumer Finance ultrapassou, no final do exercício, os 1,4 milhões de clientes, mais 8% do que há um ano. A carteira de crédito atinge 2.400 milhões de euros, o que corresponde a um crescimento no ano de 21%, e o volume de novos créditos ascende a 917 milhões de euros, mais 45% do que os contratados em 2018. O rácio de morosidade deste negócio é de 5,7%.

O Bankinter reforçou a sua trajetória digital. Assim, 93,3% dos clientes ativos relacionam-se digitalmente com o banco, 89% dos créditos ao consumidor são contratados por esta via, bem como 44% das subscrições de fundos de investimento e 8 % das hipotecas.

“De destacar também a boa evolução da plataforma digital de investimentos do Bankinter, que sob a marca Popcoin foi o primeiro roboadvisor lançado por um banco em Espanha. Durante 2019, o património gerido por este serviço cresceu 212%, passando de 3,6 milhões de euros em 2018 para 11,4 milhões de euros em 2019”, conclui o banco.

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