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Bankinter vai emitir dívida regulatória até 500 milhões no segundo semestre

O Bankinter vai emitir até 500 milhões de euros no segundo semestre, mas ainda não sabe que tipo de instrumento de dívida será emitida. Mas terá sempre de ser dívida subordinada, com elevados juros.
25 Janeiro 2018, 11h11

O banco liderado por Maria Dolores Dancausa admitiu em conferência de imprensa que na segunda metade do ano irão ao mercado emitir dívida MREL, exigida pelo BCE como almofada de capital bail-inável, em caso de Resolução.

A administradora financeira, Gloria Hernandez, respondia na conferência de imprensa, à questão da emissão de dívida regulatória que vai ser obrigatória para todos os bancos da zona euro. O que pode trazer problemas de absorção no mercado, e sobretudo para os bancos com pior rating, onde se destacam os portugueses.

O Bankinter vai emitir até 500 milhões de euros no segundo semestre, mas ainda não sabe que tipo de instrumento de dívida será emitida. Mas terá sempre de ser dívida subordinada, com elevados juros.

Os bancos europeus, terão de ir ao mercado emitir títulos de dívida para ganharem almofadas de capital que permitam absorver perdas em caso de resgate. Ainda está por definir qual a dimensão e tipo de instrumentos mas, segundo a Comissão Europeia, este pode ser um desafio adicional para a banca portuguesa.

“Para os bancos portugueses, em que a maioria dos quais teve como objectivo reduzir a sua dependência de financiamento nos mercados, o MREL pode representar um desafio potencial, que implica a necessidade de existirem estratégias adequadas e aplicadas oportunamente, e ainda um possível aumento de custos”, revela o relatório pós-programa de assistência financeira, publicado na passada sexta-feira, 19 de Janeiro, pela Comissão Europeia.

Estes instrumentos tenderão a ter um custo de financiamento mais elevado, atendendo ao nível de subordinação dos instrumentos em causa e à notação de risco de crédito dos bancos portugueses.

“A consequente pressão sobre a rendibilidade e, em particular, sobre a margem financeira dependerá da capacidade dos bancos repercutirem no preço das operações activas e serviços prestados o aumento do custo de financiamento”, já disse o Banco de Portugal.

O Mecanismo Único de Resolução deverá divulgar os requisitos mínimos de fundos próprios e passivos elegíveis (“MREL”) no início deste ano.

Apesar de estar previsto um período transitório suficientemente dilatado para cumprir os requisitos, a possibilidade dos bancos na Europa desatarem a emitir dívida “bail-inável” no mercado (ou seja, dívida de alto risco que é a primeira a não ser paga em caso de resolução bancária), cria um problema de absorção desses títulos para os países europeus com pior rating. Portugal, mesmo depois da revisão em alta da S&P e da Fitch, está na linha da frente dos países cujos bancos terão mais dificuldade em escoar a dívida MREL nos mercados em comparação com os pares europeus.

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