Barbados elege presidente e ‘desiste’ da rainha Isabel II

Barbados, uma das ilhas próximas da costa da Venezuela, elegeu o seu primeiro presidente, que iá substituir a rainha Isabel II, do Reino Unido, como chefe de Estado. Sandra Mason, atual governadora-geral, foi eleita por uma votação de dois terços numa sessão conjunta da Câmara da Assembleia e do Senado do país – que passará a ser uma república.

A ex-colónia britânica conquistou a independência em 1966. Com pouco menos de 300 mil habitantes, há muito que os apelos internos a favor de uma total soberania e uma liderança local estavam presentes no quadro político de Barbados.

Sandra Mason, de 72 anos, prestará juramento como nova presidente em 30 de novembro, o 55º aniversário da independência do país do Reino Unido. Ex-jurista e governadora-geral da ilha desde 2018, foi também a primeira mulher a servir no Tribunal de Apelações de Barbados.

A primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley, classificou, citada pelas agências internacionais, a eleição da presidente como “um momento seminal” na jornada do país. “Acabamos de eleger entre nós uma mulher que é única e apaixonadamente barbadiana, não pretende ser outra coisa e reflete os nossos valores”, disse.

A medida torna Barbados, espera-se, um ator mais legítimo na política global, sendo também uma medida unificadora que pode beneficiar o desenvolvimento do país. A comunidade internacional espera que esta decisão de Barbados venha a influenciar outros países a fazer o mesmo, atirando para os compêndios de história uma situação levemente embaraçosa e que era, segundo alguns, um determinismo neocolonial.

Barbados foi reivindicada pelos britânicos em 1625 e chegou a ser conhecida como Little England pela sua lealdade aos costumes britânicos. É um destino turístico popular: antes da pandemia, mais de um milhão de turistas visitava as suas praias todos os anos.

A ilha mais oriental do Caribe também é conhecida como o local de nascimento da cantora Rihanna, que é uma embaixadora de Barbados com a missão de promover a educação, o turismo e o investimento.

Recorde-se que o Canadá é, entre os países do topo das economias internacionais, aquele que ainda mantém este sistema em que, com uma monarquia instalada, o monarca britânico cumpre a função, por inerência, de chefe de Estado. Para alguns republicanos, esta situação é um anacronismo que importa ultrapassar – mas para outros é um inócuo sinal de outros tempos.