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Barnier e o pós-Brexit: “A UE exigirá fortes garantias para condições equitativas”

Michel Barnier, negociador-chefe da União Europeia para o Brexit, disse no palco central da Web Summit que continua a não perceber o que o Reino Unido ficará a ganhar com a saída. “Ainda ninguém me explicou as vantagens do Brexit”, garantiu, acrescentando, para gáudio daqueles que o escutavam: “Nem sequer o Nigel Farage.”
  • União Europeia
5 Novembro 2019, 12h27

Michel Barnier, negociador-chefe da União Europeia para o Brexit, garantiu esta terça-feira que Bruxelas irá exigir garantias para condições equitativas no pós-Brexit, referindo-se às futuras relações económicas entre as duas partes.

“O tempo será extremamente curto para as negociações”, disse Barnier, no palco principal da Web Summit, em Lisboa. Com uma plateia composta para ouvir aquele que era um dos oradores mais aguardados do dia, acrescentou que “a UE irá exigir fortes garantias para condições equitativas. O Reino Unido não deve pensar em tarifas zero”.

Michel Barnier, disse no palco central da Web Summit que continua a não perceber o que o Reino Unido ficará a ganhar com a saída. “Ainda ninguém me explicou as vantagens do Brexit”, garantiu, acrescentando, para gáudio daqueles que o escutavam: “Nem sequer o Nigel Farage.”

O responsável comunitário realçou que “mesmo com o acordo assinado a história não termina aqui” e acredita que o futuro da União Europeia será “moldado por diversas tendências”. O homem que tem conduzido as negociações mais desafiantes dos últimos anos sublinhou que “o Brexit não é só o divórcio entre o Reino Unido e a União Europeia” é também “desenhar uma parceria que tragar estabilidade ao nosso continente”, que traga “estabilidade às empresas e cidadãos”.

Michel Barnier resumiu as longas negociações para a saída do Reino Unido da União Europeia com uma nota de humor: “O Brexit é uma escola de paciência, é uma escola de tenacidade”.

Não esquecendo que estava num evento de tecnologia, deixou ainda uma nota final sobre a importância da União Europeia se colocar como centro de inovação. “Se não agirmos agora, o futuro da indústria será feito em Washington e Pequim”, disse, considerando que a Europa pode estar novamente na vanguarda da inovação tecnológica, “com excelentes universidades, empresas, investigação”.

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