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Bastonário dos Advogados defende voto eletrónico nas eleições da Ordem

O bastonário dos Advogados diz que a modernização da Ordem será a prioridade se for reeleito e acusa as candidaturas rivais de “populismo”.
19 Julho 2019, 13h00

O bastonário dos Advogados recandidata-se nas eleições previstas para o final deste ano e aponta a modernização da Ordem como a prioridade para um eventual segundo mandato. Guilherme Figueiredo diz não compreender a oposição de dois outros candidatos, Luís Menezes Leitão e António Jaime Martins, à introdução do voto eletrónico. “É mais barato, rápido e fiável que o voto em papel”, diz.

O que ficou por cumprir do seu programa?
O que pode ficar por fazer é a modernização, nomeadamente o voto eletrónico. Essa é para mim uma questão central, porque tem uma enorme vantagem: qualquer advogado pode votar onde quer que esteja (no país ou fora, no escritório ou fora…), utilizando os meios tecnológicos que hoje estão à disposição. Além disso, do ponto de vista ambiental, é importante. Acima de tudo, é um método fiável, auditável, uma forma de votar que permite um resultado rápido e fica 40% mais barato. Estamos a falar em quase 100 mil euros. Estes são os ingredientes. A facilidade de votar permite tentar que um maior número de advogados vote nas eleições. Há outro ponto fundamental, que é a circunstância do voto em papel permitir uma intrusão de terceiros nesse mesmo voto. Aquelas histórias que se contam do caciquismo são próprias do voto em papel.

Os sistemas informáticos da Ordem estão aptos para receber essa tecnologia?
Não serão os sistemas informáticos da Ordem. Faremos a contratação de uma empresa terceira com experiência no mercado. Neste momento há mais do que uma empresa, portanto iremos ao mercado. É preciso ter essas distâncias para não haver problemas. Já fizemos uma experiência no voto para o Congresso. Então, porque é que existem candidatos a bastonário com posições contrárias? Duas pessoas com responsabilidades na Ordem – presidente do Conselho Superior [Menezes Leitão] e do Conselho Regional de Lisboa [António Jaime Martins] – estão contra o voto eletrónico e eu falo com os colegas e todos se mostram favoráveis, por ser mais fiável e mais barato.

O que alegam é que não foi feita a auditoria pedida…
Não temos nenhum pedido de auditoria. Não é verdade. Se quiserem fazer uma auditoria podem-na fazer. Até aí o processo é mais fiável. Ouvem-se histórias, até de votações autárquicas, de quando o voto é em papel aquilo que tinha sido contado nas mesas não correspondia ao que era contado noutras circunstâncias. No eletrónico o que está lá é o que está lá. Mais: não é possível seguir o caminho da votação. Com o papel, os delegados da lista vão seguindo a votação, vendo quem vota e quem não vota, porventura fazendo uns telefonemas e interferindo. O papel tem um lado de caciquismo que o electrónico não tem, de ser potencialmente influenciador daquilo que é o voto dos advogados.

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