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BBVA mantém previsões de crescimento para Portugal

Entre os motivos fundamentais que estão por detrás das previsões encontram-se, entre outros, a revisão em alta do crescimento para a zona euro, numa recuperação global “cada vez mais sincronizada”.
  • Aly Song/Reuters
24 Janeiro 2018, 15h21

O observatório económico BBVA manteve hoje a previsão de crescimento de Portugal, de 0,4% no quarto trimestre de 2017, 2,6% no conjunto do ano e 2,3% para 2018, destacando que o país consolida a sua recuperação económica.

Entre os motivos fundamentais que estão por detrás das previsões encontram-se, entre outros, a revisão em alta do crescimento para a zona euro, numa recuperação global “cada vez mais sincronizada”.

Este crescimento deverá permitir que, tanto as exportações de bens, como as de serviços, continuem a contribuir positivamente para o avanço da economia portuguesa durante 2018 e 2019, refere a nota do observatório, assinada por Myriam Montañez.

De igual modo, avança, “espera-se que o apoio da política monetária continue, dado que se prevê que a sua normalização seja efetuada gradualmente, garantindo um ambiente de baixas taxas de juro durante os próximos dois anos”.

A nível interno, o observatório económico do BBVA destaca positivamente a redução da incerteza quanto à política económica de Portugal, com o prémio de risco do título soberano a 10 anos português face ao alemão a continuar a diminuir até se situar atualmente em cerca de 130 pontos base, o que representa uma descida de 20 pontos base desde meados de dezembro e de mais de 200 pontos base no último ano.

Segundo a nota, os dados disponíveis indicam que durante o quarto trimestre de 2017 o crescimento do PIB português deverá ter sido semelhante ao do trimestre anterior, tendo-se situado em 0,4%.

“Esta estimativa seria o resultado de um novo impulso do investimento, da boa evolução que as exportações voltam a mostrar (particularmente as dos serviços turísticos) e do menor dinamismo das importações”, refere.

Pelo contrário, em consonância com o que era esperado, o crescimento do consumo parece ter travado a sua tendência altista apresentada até meados de 2017, enquanto o investimento consolida a sua dinâmica.

Após os bons registos do terceiro trimestre, indica, a desaceleração das vendas a retalho durante outubro poderá ter sido transitória, dado o novo aumento observado em novembro.

Na mesma tónica encontra-se o indicador que mede a confiança do consumidor, que regista oito meses consecutivos com saldos positivos.

Em qualquer caso, o aumento parece ter parado no segundo semestre do ano, embora se tenha estabilizado em níveis consistentes com uma expansão da despesa com habitação, acrescenta.

Por seu lado, indica ainda, o indicador coincidente do consumo privado, que abrandou o seu ritmo de crescimento ao longo do terceiro trimestre, “começou a mostrar fraqueza e o seu crescimento começou a desacelerar ligeiramente em outubro e novembro”.

Os dados que vão sendo conhecidos do último trimestre do ano reforçam as previsões de regresso ao crescimento para o investimento, sublinha também o observatório do BBVA.

Portugal continua com o seu compromisso de consolidação das contas públicas e assim o confirmam os dados de execução orçamental, de acordo com os quais, o défice acumulado nos últimos doze meses com informação até novembro se situaria próximo dos 1,1% do PIB português.

A nota destaca ainda o comportamento das exportações, que recuperam a sua força em novembro pelo segundo mês consecutivo, a par de um setor turístico que “continua a mostrar força, e acelerou inclusivamente os ritmos de crescimento observados nos últimos meses”.

Este comportamento das exportações foi acompanhado por um dinamismo menos intenso das importações que, embora continuem fortes, mostraram um aumento menos robusto.

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