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BCE alerta para exposição da dívida pública à banca nacional e pede “diversificação dos ativos”

Chairman do Conselho de Supervisão do BCE, Andrea Enria, defendeu que “do ponto de vista do supervisor, seria positivo ter mecanismos que favorecem a diversificação dos ativos dos balanços”.
16 Maio 2019, 11h51

O Banco Central Europeu (BCE) alertou para os riscos do aumento da exposição da dívida pública à banca nacional. O aviso foi deixado pelo chairman do Conselho de Supervisão do BCE, Andrea Enria, que defende a importância de uma maior diversificação do risco, segundo o Eco

“A questão do tratamento da exposição à dívida pública é importante. Na minha opinião, é principalmente uma questão de concentração do risco”, disse Andrea Enria num encontro com jornalistas em Lisboa, citado pelo Eco.

Segundo dados do Banco de Portugal (BdP), a percentagem da dívida pública portuguesa no total de ativos dos bancos portugueses é de 8,8% e tem vindo a subir desde 2014.  O ativo total do sistema bancário aumentou 0,2% face ao trimestre de 2018,  decorrente do aumento de 1% da carteira de títulos de dívida, em particular, títulos de dívida pública. Em valor absoluto, cinco dos grandes bancos portugueses (Caixa Geral de Depósitos, BCP, Novo Banco, BPI e Santander Totta) acumulavam 22,6 mil milhões de euros de títulos de dívida soberana portuguesa no final de 2018.

Andrea Enria defendeu ainda que um aumento dos juros nas obrigações terá “um impacto potencial nestes bancos pode ser muito grande” e defendeu que “do ponto de vista do supervisor, seria positivo ter mecanismos que favorecem a diversificação dos ativos dos balanços”.

O alerta também já tinha sido dado pelo Fundo Monetário Internacional, que constatou que “as carteiras de títulos do governo nos sistemas bancários domésticos, em percentagem do total dos ativos, são maiores em vários países, particularmente na Bélgica, Itália, Portugal e Espanha”. Alertou ainda para o facto de num “cenário severo, as subidas acentuadas das yields das obrigações soberanas poderem gerar perdas significativas para os bancos em Itália, Portugal e Espanha, em particular”.

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