O Banco Central Europeu (BCE) comprou 638 milhões de euros em dívida pública portuguesa, em julho, segundo dados divulgados esta segunda-feira. O montante compara com por 620 milhões de euros comprados em junho e representa a segunda subida mensal consecutiva.
Os ajustamentos mensais dependem de vários fatores, incluindo a disponibilidade de dívida. O BCE poderá ter aumentado a compra de dívida em junho e julho para precaver a menor liquidez no mercado em agosto.
Lançado em março de 2015 para estimular a inflação e o crescimento económico na zona euro, o programa já levou o BCE a adquirir 34.924 milhões de euros de dívida portuguesa. No total dos países do bloco, a instituições comprou 25.020 milhões de euros em maio e 2,09 biliões de euros desde o início do programa.
O programa de compra de ativos da instituição liderada por Mario Draghi irá continuar, até ao final de setembro, a comprar um máximo de 30 mil milhões de euros em ativos da zona euro por mês.
No quarto trimestre do ano, o volume de aquisições cai para metade – 15 mil milhões – e deverá terminar no final de dezembro. Após este período, o BCE irá ainda implementar um programa de reinvestimentos dos montantes dos ativos que atinjam as maturidades, enquanto as taxas de juro de referência deverão manter-se em mínimos históricos pelo menos até ao final do verão de 2019.
Sobre a política de reinvestimentos, o presidente da instituição, Mario Draghi, afirmou que a base da estratégia – a chave de capital – vai manter-se a mesma, na última reunião de política monetária, a 26 de julho. “Não discutimos de todo a política de reinvestimentos, mas posso dizer que a chave de capital vai continuar a ser a nossa âncora para os reinvestimentos”, disse.
A chave de capital determina o limite máximo de capital de cada país que o BCE pode adquirir, com base no tamanho da economia. O país com maior peso é a Alemanha (que tem a maior economia e é o país mais populoso), sendo que do total de dívida adquirida pelo BCE, até 18% pode ser alemã. Em sentido contrário, a dívida do Chipre pode representar apenas 0,15% do total.
No caso de Portugal, a dívida nacional pode chegar a 1,74% de todos os ativos comprados pelo BCE. A chave de capital vai, no entanto, ser revista em 2019 pelo que não é certo que se mantenha como está. Questionado sobre esta hipótese, na conferência de imprensa, Draghi respondeu apenas que “também não foi discutido”.
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