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BCE poderá recorrer ao programa de estímulos para combater alterações climáticas

A presidente do BCE sinalizou esta quarta-feira, em entrevista ao “Financial Times”, que a política monetária vai permanecer inalterada, depois d anúncio do pacote estímulos de emergência para o combate aos efeitos da pandemia.
8 Julho 2020, 10h25

O Banco Central Europeu (BCE) poderá vir parte dos 2,8 biliões de euros do programa de aquisição de ativos  para combater as alterações climáticas, de acordo com as declarações da presidente da instituição, Christine Lagarde, ao jornal britânico “Financial Times”, divulgadas esta quarta-feira.

“Quero explorar todas as vias disponíveis para combater as mudanças climáticas”, afirmou a responsável pelo BCE. Ao admitir a possibilidade de usar o programa de compra de ativos do BCE para combater as alterações climáticas, Lagarde assumiu pela primeira vez a intenção de aplicar uma agenda verde.

A concretizar-se, a medida tornaria o BCE no primeiro dos principais bancos centrais a usar um programa de compra de ativos para o combate às alterações climáticas. Mas, para avançar com a agenda climática, Christine Lagarde explicou que o BCE tem, ainda, de “analisar todas as linhas de negócios e operações para enfrentar as mudanças climáticas, porque no final do dia, o dinheiro fala mais alto”.

No início de 2020, a sucessora de Mario Draghi anunciou que iria promover uma revisão estratégica nas políticas do BCE e é nesse âmbito que surgiu a possibilidade de o banco central passar a investir em ativos que contribuam no combate às alterações climáticas. A referida revisão já começou e o BCE vai, agora, analisar formas de abordar o combate às mudanças climáticas.

Política monetária inalterada

Na mesma entrevista, Christine Lagarde sinalizou que o BCE vai manter a política monetária inalterada, depois do estímulo de emergência ter ajudado a acalmar os mercados. Na próxima semana, o banco tem mais uma reunião sobre política monetária. “O esforço foi tanto que ganhamos muito tempo para avaliar [os dados económicos recebidos] cuidadosamente”, explicou.

À luz dos efeitos económicos da pandemia da Covid-19 na Europa, o BCE aprovou um plano de recuperação no valor de 750 mil milhões de euros para apoiar os Estados-membros da União Europeia.

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