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BCE projeta recessão de 8,7% em 2020 na zona euro e recuperação de 5,2% em 2021

Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE) revelou esta quinta-feira, em conferência de imprensa, que no cenário base o PIB da zona euro deve contrair 8,7% em 2020, seguindo-se uma recuperação de 5,2% em 2021 e de 3,3% no ano seguinte.
4 Junho 2020, 13h46

O Conselho dos Governadores do Banco Central Europeu (BCE) reviu esta quinta-feira as projeções sobre o produto interno bruto (PIB) da zona euro e antecipa agora uma contração 8,7%% em 2020, seguida de uma recuperação de 5,2% em 2021 e 3,2% no ano seguinte.

Em relação à subida dos preços, o cenário base do BCE aponta para uma inflação de 0,3% em 2020, subindo para 0,8% em 2021 e 1,3% para 2020.

Christine Lagarde, presidente do BCE, disse esta quinta-feira que os últimos indicadores económicos confirmaram uma “contração severa” da economia da zona euro. “A pandemia do coronavírus e as medidas de contenção afetaram de forma severa os setores da manufatura e dos serviços, com efeitos adversos na capacidade de produção da economia da zona euro e da procura interna. No primeiro trimestre de 2020, quando as medidas de contenção estavam entraram em vigor a partir do meio do mês de março na maioria dos países, o PIB da zona euro caiu 3,8% em cadeia”, face ao último trimestre do ano passado.

A economia parece estar a recuperar à medida que reabrem e o BCE antecipa uma retoma da atividade económica da zona euro no terceiro trimestre à medida que as medidas de desconfinamento forem reforçadas, “suportadas por condições de financiamento favoráveis, uma política orçamental expansionista e a retoma da atividade global, ainda que o ritmo e a escala da retoma da atividade permaneça muito incerta”, adiantou a presidente da instituição.

“Esta análise é um reflexo das projeções macroeconómicas do junho de 2020 do Eurosistema para a zona euro. No cenário base das projeções, antecipa-se que o PIB contraia até 8,7% em 2020, com uma retoma de 5,2% em 2021 e de 3,3% em 2022”, referiu Christine Lagarde. “Comparando com as projeções de março de 2020 do BCE, o outlook do crescimento do PIB foi revisto substancialmente em baixa em 9,5 pontos percentuais em 2020 e revisto em alta em 3,9 pontos percentuais em 2021 e 1,9 pontos percentuais em 2022″.

Christine Lagarde explicou ainda que devido à grande incerteza, o BCE vai ainda divulgar esta tarde dois cenários alternativos sobre as projeções económicas, mas adiantou que, “no geral, a extensão da contração e da retoma vão depender de forma crucial da duração e da eficácia das medidas de contenção, o êxito das políticas para mitigar o impacto adverso [da Covid-19] nos rendimentos e no emprego, e a medida em que a capacidade de produção e a procura interna forem afetados”.

Há uma semana, Christine Lagarde referiu que as projeções económicas de Frankfurt divulgadas em abril já estavam desatualizadas. Numa sessão de perguntas e respostas online no evento do BCE Youth Dialogue, a presidente do banco central disse que a instituição tinha construído um cenário “médio” e um cenário “severo”, que projetavam, respectivamente, uma contração do PIB da zona euro entre os 8% e os 12%.

Face às projeções do final de abril, a construção deste cenário “médio” representou o aumento do pessimismo de Frankfurt sobre o impacto do novo coronavírus nas 19 economias que integram a zona euro. Na altura, o BCE ainda tinha em cima da mesa um cenário “moderado”, que apontava para uma queda do PIB de 5%, que acabou por ser descartado.

Inflação deve permanecer longe da meta do BCE até 2022

O cenário base das projeções económicas de junho de 2020 elaboradas pelo Eurosistema apontam para uma inflação de 0,3% em 2020, seguindo-se uma ligeira subida para 0,8% em 2021 e 1,3% em 2022.

“Comparado com as projeções macroeconómicas de março de 2020, o outlook para a inflação foi revista em baixa em 0,8 pontos percentuais em 2020, 0,6 pontos percentuais em 2021 e 0,3 pontos percentuais em 2022″, referiu Christine Lagarde.

O mandato da BCE consiste na estabilidade dos preços, com a meta da inflação abaixo, mas próxima, dos 2%.

(atualizada)

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