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BCE prolonga compra de ativos até setembro, mas reduz para 30 mil milhões por mês

Finalmente, o tão esperado ‘tapering’, a redução gradual do programa de compra de ativos pelo BCE, já tem detalhes concretos. O valor mensal de aquisições desce de 60 mil milhões para 30 mil milhões em janeiro.
26 Outubro 2017, 12h46

Após meses de debate sobre o tema, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou esta quinta-feira que vai prolongar o programa de compra de ativos da zona euro até setembro de 2018 e reduzir o valor mensal de aquisições para 30 mil milhões a partir de janeiro, data até à qual irá continuar a comprar 60 mil milhões por mês.

“A partir de janeiro de 2018, a compra de ativos deverá continuar a um ritmo mensal de 30 mil milhões de euros até setembro de 2018, ou depois, se necessário, e, de qualquer forma, até que o Conselho de Governadores veja um ajustamento sustentável no rumo da inflação consistente com a meta de inflação”, anunciou o banco central liderado por Mario Draghi, em comunicado, após a reunião de política monetária do Conselho de Governadores, esta manhã em Frankfurt.

“Se o outlook se tornar menos favorável, ou se as condições financeiras se tornarem inconsistentes com novo progresso em direção a um ajustamento sustentável da inflação, o Conselho de Governadores está preparado para aumentar o APP [asset purchase program] em tamanha e/ou duração”, sublinhou.

O programa de compra de ativos foi lançado em março de 2015 com o objetivo de impulsionar a inflação e o crescimento económico na zona euro, que sofria ainda as consequências da crise financeira e económica global. No primeiro ano do programa o BCE comprometeu-se a comprar, em média, ativos no valor de 60 mil miilhões de euros por mês. Esse montante subiu para 80 mil milhões de euros mensais entre abril de 2016 e março de 2017, mas foi reduzido novamente para 60 mil milhões a partir dessa altura.

Draghi corta mais que o esperado

O consenso entre os economistas consultados pela agência Reuters apontava para uma diminuição das compras para os 40 mil milhões, mas a redução superou a expetativa. O programa de estímulos tem sido apontado como um dos principais motores da retoma da economia europeia e tem permitido a manutenção de baixas yields das dívidas soberanas do bloco.

Draghi tem referido de forma recorrente que a convergência da inflação na zona euro ainda não é sustentável e é, portanto, ainda necessário manter um grau significativo de acomodação monetária. O italiano tem abordado o tema do tapering de forma muito cuidadosa nos últimos meses, pois quer evitar abalar a confiança dos investidores.

Vários membros do Conselho de Governadores têm também referido nos últimos meses que uma subida nas taxas de juro deverá acontecer apenas depois de o programa de compra de ativos ter terminado.

Esta quinta-feira, o BCE adiantou ainda que o Conselho decidiu manter as taxas de juro inalteradas e em minímos históricos. A taxa de juro diretora fica, assim, em 0%, um nível em vigor desde março do ano passado, enquanto a taxa de juro aplicável à facilidade de depósito permanece nos -0,40%, e a taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez em 0,25%.

[Notícia atualizada às 12h57]

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