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BCE: Reinvestimento de 130 mil milhões de euros vai apoiar o ‘tapering’ em 2018

Apesar da diminuição da compra de ativos a partir de janeiro, o Banco Central Europeu vai reinvestir 7% do stock atual de obrigações da zona euro ao longo de 2018, uma vertente da política monetária europeia que os analistas do Allianz GI acreditam vai ganhar destaque no próximo ano.
11 Dezembro 2017, 07h35

A redução dos estímulos monetários pelo Banco Central Europeu (BCE) a partir de janeiro vai ser um dos principais desafios do mercado de obrigações em 2018. A instituição liderada por Mario Draghi tem-se esforçado por garantir que a diminuição de compra de ativos da zona euro vai ser gradual, mas poderá ser o reinvestimento do valor dos ativos que chegam às maturidades a tornar o processo ainda mais suave.

“A política de reinvestimentos e o stock considerável de ativos adquiridos vai ganhar importância para a forward guidance do BCE e para o grau de acomodação monetária. Em 2018 apenas, os reinvestimentos vão aumentar o volume bruto de compras para mais de 130 mil milhões de euros”, explica uma nota assinada por Ann-Katrin Petersen, da equipa de estratégia global económica da Allianz Global Investors (GI).

Na última reunião de política monetária, a 26 de outubro, a instituição liderada por Mario Draghi anunciou que vai prolongar o programa de compra de ativos até setembro de 2018 e reduzir o valor mensal de aquisições para 30 mil milhões a partir de janeiro, metade do montante atual.

Garantiu ainda que caso o outlook ou as condições financeiras se tornem menos favorável, o Conselho de Governadores está preparado para aumentar o programa em tamanho e/ou duração.

“O QE [Quantitative Easing] vai continuar até pelo menos setembro de 2018 (o fim está em aberto). Isto faz com o total de compras seja de pelo menos 2,55 biliões de euros. A folha de balanço do sistema do euro aumente para mais de 4,7 biliões de euros”, afirmou Petersen.

No final de novembro, o BCE detinha 1,9 biliões de euros em obrigações da zona euro, no âmbito do programa de compra de ativos iniciado em 2015 devido à crise das dívidas soberanas. Do total, 30,5 mil milhões, ou 1,6%, são títulos portugueses.

A analista da Allianz GI acrescentou que “o BCE está a esforçar-se muito para evitar expetativas prematuras sobre uma subida das taxas de juros”. A previsão da gestora de ativos é que o banco central anuncie uma nova redução da compra de ativos para 10 mil milhões de euros a partir de outubro e que suba a taxa de depósito apenas no segundo semestre de 2019.

Fonte: Allianz Global Investors

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