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BCP avança com despedimento de 62 trabalhadores

O Millennium bcp iniciará formalmente um Procedimento de Despedimento Coletivo (PDC), anuncia o CEO do banco em comunicação interna. “O procedimento que agora se iniciará abrange 10 Áreas/Direções e um total de 62 trabalhadores”, revela Miguel Maya.
10 Setembro 2021, 20h00

Numa comunicação enviada esta sexta-feira por Miguel Maya, CEO do Millennium bcp, a todos os colaboradores do banco, a que o Jornal Económico teve acesso, o banqueiro revela que, ao contrário do que referia o comunicado dos sindicatos, não são 80 trabalhadores os abrangidos pelo Procedimento de Despedimento Coletivo (PDC), mas sim 62.

“Na sequência das comunicações que vos dirigi sobre o ajustamento do quadro de pessoal, volto ao tema para vos dar nota que apesar dos esforços efetuados não foi possível, como se pretendia, concluir este processo exclusivamente pela via negocial, pelo que vos informo que o Millennium bcp iniciará formalmente um Procedimento de Despedimento Coletivo (PDC)”, anuncia o CEO.

“O procedimento que agora se iniciará abrange 10 Áreas/Direções e um total de 62 trabalhadores”, diz o presidente do banco.

Os trabalhadores abrangidos por este procedimento “foram envolvidos na fase prévia de negociação e serão individualmente informados através de comunicação específica da Direção de Recursos Humanos, sendo que toda a documentação necessária, tal como a indicação dos motivos para o despedimento e os critérios de identificação dos trabalhadores abrangidos, será hoje enviada à Comissão de Trabalhadores”, anuncia Miguel Maya.

Segue-se agora uma fase de interação – informação e negociação -, com a Comissão de Trabalhadores, “conforme previsto na Lei, no âmbito da qual iremos também informar as condições a apresentar aos trabalhadores abrangidos no PDC, que decorrerá previsivelmente de 13 a 27 de setembro, as quais, nesta fase, são melhores que as condições legalmente previstas, embora diferentes das condições contempladas durante o período antecedente de negociação individual de desvinculações por mútuo acordo”, revela o CEO do banco.

No BCP saem cerca de 700 trabalhadores, no total, já incluindo estes despedimentos.

O presidente executivo do Millennium BCP disse ainda na comunicação aos colaboradores, que desde o início deste processo, “o banco esteve empenhado em alcançar o objetivo de ajustamento do quadro de pessoal através da negociação de desvinculações por mútuo acordo: apresentámos as condições financeiras que considerámos exequíveis aos trabalhadores identificados para o efeito, incorporámos sugestões que recebemos ao longo das interações com a Comissão de Trabalhadores e Representantes dos Sindicatos e falámos com toda a organização sempre com transparência”.

“Estudámos e considerámos soluções que permitissem minimizar a abrangência deste processo e o respetivo impacto nos trabalhadores”, referiu. No entanto “e como tive o cuidado de salientar desde o primeiro momento, não como ameaça, o que seria absolutamente intolerável, mas por imperativo de clareza, rigor e respeito para com os profissionais do banco, era imprescindível assegurar que a redução do quadro de pessoal fosse alinhada e compatível com as necessidades efetivas do banco”, salienta o banqueiro.

“Foi, no entanto, possível chegar a acordo com cerca de 80% dos trabalhadores abrangidos, o que permite agora que o esforço a efetuar para completar o processo, sendo ainda muito relevante quando se tem presente cada caso em concreto, tenha, apesar de tudo, menos impacto”, lembra o CEO do BCP.

O responsável pelo banco revela ainda que ao longo destes meses “teve também oportunidade de aprofundar o conhecimento sobre múltiplas situações, sociais e profissionais, ajustando decisões e excluindo do PDC, por motivos concretos e justificados, algumas pessoas que tendo sido contactadas para negociação não aceitaram a proposta do banco”.

Na comunicação interna o presidente do Millennium BCP lembra que “desde o início estivemos cientes de que um programa de reformas e rescisões por mútuo acordo que alcançasse a quase totalidade das pessoas abrangidas – o que permitiria minimizar o número de trabalhadores a abranger como pretendíamos -, seria muito difícil de concretizar”.

“Reitero, em nome da Comissão Executiva, o empenho em trabalharmos com ânimo e determinação para assegurarmos, em Equipa, com as múltiplas Equipas de trabalhadores do banco, a eficiência e a sustentabilidade do Millennium bcp no contexto altamente competitivo em que estamos inseridos”, diz ainda Miguel Maya

“O caminho que queremos percorrer tem múltiplos obstáculos, todos os caminhos de pessoas e de empresas não ficcionais os têm, mas sabemos que poderemos ser bem sucedidos se tivermos coragem para continuar a tomar atempadamente as decisões difíceis, se soubermos assegurar um ambiente de trabalho que estimule o crescimento, se conseguirmos alcançar o sucesso empresarial que atrai e entusiasma os profissionais que têm a capacidade de fazer a diferença, se gerarmos a rendibilidade necessária para investir e partilhar de forma equilibrada valor com os stakeholders”, explica o presidente do BCP aos seus colaboradores.

O BCP diz que depois de concluir “esta etapa muito difícil da vida do banco estaremos mais bem preparados para continuar a trilhar o caminho do sucesso sustentável, o qual, com o esforço de muitos, dos que ficam, mas também de trabalhadores que agora saem, temos conseguido prosseguir”.

“Quanto ao futuro dos que vão continuar a escrever a história do Banco Comercial Português, o único compromisso que podemos assumir, sério, com respeito pela verdade e inteligência das pessoas, é que colocaremos ao serviço do banco – a Comissão Executiva e também, estou seguro, os excelentes profissionais desta casa –, todo o nosso saber e capacidade de trabalho para gerarmos e partilharmos prosperidade e, não menos importante, de que prestaremos especial atenção ao desenvolvimento profissional dos trabalhadores, pois sabemos bem que são as pessoas, a cultura de inovação de meritocracia e de exigência do banco, os fatores que nos abrem a cada momento as portas que nos levam ao futuro”, promete Miguel Maya.

Seis sindicatos de bancários anunciaram hoje que vão avançar para uma greve conjunta no BCP em data a anunciar na próxima semana.

Notícia atualizada às 20h25

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