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BCP e EDP levam PSI 20 para o vermelho

A Bolsa de Lisboa inverteu esta tarde a tendência dos últimos dias e fechou com perdas. O petróleo ultrapassou os 70 dólares pela primeira vez em três anos e os juros da dívida de Portugal não estavam tão próximos das ‘yields’ da Alemanha desde 2010.
  • Rafael Marchante/Reuters
11 Janeiro 2018, 16h54

Depois de um início de ano robusto que levou a Bolsa de Lisboa para máximos de dois anos e meio, o PSI 20 refreou esta quinta-feira os ânimos. Apesar de ter negociado com ganhos, o índice de referência nacional inverteu a tendência durante a tarde e fechou a perder 0,20% para 5.646,73 pontos.

“O mercado nacional encerrou em ligeira baixa, reflexo da performance observada nas praças europeias”, explicam os analistas do BPI, salientando que “o BCP desceu 0,56% para 0,3008 euros e a EDP recuou 1,16% nos 2,8860 euros”.

“A Jerónimo Martins foi penalizada pelo respetivo setor na Europa, no dia em que irá reportar as vendas relativas ao final do ano 2017, sendo de esperar, de acordo com o CaixaBank BPI, que a referida apresentação revele solidez”, acrescentam sobre as cotadas que mais caíram no PSI 20. A retalhista perdeu 1,1% para 16,575 euros, enquanto a concorrente Sonae caiu 0,84% para 1,183 euros.

Galp trava queda do PSI 20

Em contraciclo, a Galp liderou os ganhos, limitando as perdas na Bolsa de Lisboa e a beneficiar da trajectória dos preços do petróleo.

O petróleo mantém-se em máximos desde dezembro de 2014, tendo tocado nos 70 dólares esta quinta-feira pela primeira vez em três anos. A elevar os preços estão a descida nos inventários e na produção por parte dos Estados Unidos, bem como pelo contínuo corte de produção pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).

Em Nova Iorque, o WTI avança 1,37% para 64,44 dólares por barril e, em Londres, o Brent valoriza 0,66% para 69,66 dólares por barril. Em Lisboa, as ações da petrolífera subiram 1,46% para 16,330 euros.

Ainda do lado dos ganhos, a Mota-Engil subiu 1,27%, a Sonae Capital avançou 0,95%, a EDP Renováveis ganhou 0,71% e os CTT valorizam 0,52%.

As ações da REN ganharam 0,56% para 2,532 euros, num dia em que a empresa liderada Rodrigo Costa foi ao mercado financiar-se através de uma emissão de 300 milhões de euros em obrigações a 10 anos. As perspetivas iniciais apontavam para uma taxa de juro abaixo dos 2%, a beneficiar de uma notação em grau de investimento pela Standard & Poor’s, Fitch e Moody’s.

Juros de Portugal brilham na Europa

Lisboa esteve entre os perdedores da Europa, grupo em que se incluem também o Euro Stoxx 50 (0,34%), o alemão DAX (0,56%) e o francês CAC 40 (0,23%). Por outro lado, o espanhol IBEX 35 avançou 0,17%, o italiano FTSE MIB ganhou 0,66% e o britânico FTSE 100 subiu 0,17%.

“Os mercados europeus encerraram em baixa, com a maioria dos setores em terreno negativo”, explicam os analistas do BPI. “No mercado de dívida, as yields soberanas alemãs subiram, numa sessão marcada pela divulgação das actas da última reunião do BCE”.

Os juros das dívidas soberanas na Europa sobem, mas Portugal está a sair beneficiado da tendência. Na Alemanha, as yields das Bunds a 10 anos negoceiam em máximos desde julho do ano passado, nos 0,747%, enquanto em Portugal os juros da dívida benchmark recuam para 1,827%. Desde abril de 2010 que a diferença entre as duas não era tão reduzida (124 pontos base).

No mercado cambial, o euro valoriza 0,82% para 1,204 dólares, em reação à divulgação dos relatos da última reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE).

Em dezembro, apenas duas semanas antes de começarem a diminuição dos estímulos monetários, os governadores do BCE estiveram mais focados nas adaptações a uma nova realidade do que em possíveis prolongamentos, dando a entender que pretendem mudar a linguagem nos próximos meses.

[Notícia atualizada às 17h05 com comentário]

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