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BCP e Galp vão atrair muito interesse se Sonangol quiser sair, diz Secretário de Estado

Na véspera da primeira visita de Estado de João Lourenço a Portugal, Eurico Brilhante Dias comentou ao Jornal Económico as declarações do presidente angolano no fim de semana passado sobre a estratégia da Sonangol para alienar as participações.
  • José Sena Goulão/Lusa
22 Novembro 2018, 07h43

A Galp Energia e o BCP não terão dificuldade em atrair investidores para substituir a Sonangol, quando a petrolífera estatal angolana decidir vender as participações nas duas cotadas portuguesas, afirmou Eurico Brilhante Dias, secretário de Estado da Internacionalização.

Na véspera da primeira visita de Estado de João Lourenço a Portugal, Brilhante Dias comentou ao Jornal Económico as declarações do presidente angolano no fim de semana passado sobre a estratégia da Sonangol para alienar as participações.

“Tenho a certeza que seja qual for a recomposição ou a posição acionista, neste caso de Angola, as empresas encontrarão seguramente investidores mais do que interessados em investir nessas duas empresas”, sublinhou.

Em entrevista ao Expresso, João Lourenço confirmou que a Sonangol deverá retirar-se de grande parte dos negócios e das participações em que está envolvida.

A Sonangol tem uma participação indirecta na petrolífera portuguesa através da Esperanza Holding – onde tem uma participação de 60%, cujos outros 40% são detidos por Isabel dos Santos -, detendo 45% da Amorim Energia. Por sua vez, a Amorim Energia é a maior acionista da Galp, com uma participação de 33,34%.

No BCP, a estatal angolana é a segunda maior acionista, com uma fatia de 19,49% do capital.

“Aquilo que temos dito é que o Governo não é acionista, não participa naquilo que são decisões dos acionistas. Na minha perspectiva, são duas empresas importantes, duas empresas que têm tido melhores resultados em 2018, do que tiveram em 2017”, frisou Brilhante Dias.

“Devo dizer que evidentemente na sua própria proteção como acionista, o presidente João Lourenço sublinhou que essa saída não seria uma coisa imediata, não é algo no curto prazo”, adiantou.

Sobre a visita de três dias que João Lourenço inicia esta quinta-feira, o governante português disse tratar-se de “um momento muito importante e que vem na visita do primeiro-ministro a Angola, na qual foram dados vários passos”.

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