Portugal deverá manter uma inflação contida nos próximos três anos, atingindo o 1,0% em 2023, depois de ter andado em terreno negativo em 2020. Quem prevê tal cenário é o Banco de Portugal (BdP), que salienta as pressões inflacionista de curto-prazo que não serão suficientes para colocar a evolução dos preços em território nacional em linha com o resto da economia da moeda única.
Depois de se ter ficado pelos -0,1% de variação em 2020, o índice harmonizado de preços no consumidor deverá voltar a terreno positivo em 2021, chegando aos 0,7%. Nos dois anos seguintes, o BdP estima inflações anuais de 0,9% e 1,0% em 2022 e 2023, respetivamente.
Estes resultados deixam o país abaixo do registado no resto da zona euro, com um diferencial de 0,5 pontos percentuais (p.p.) em relação às estimativas do Banco Central Europeu (BCE), tal como sucedeu em 2020.
Ainda assim, no curto-prazo haverá duas fontes de pressão inflacionista na economia nacional e, numa análise mais alargada, europeia. Por um lado, a evolução dos preços dos bens energéticos deverá contribuir para uma subida de preços, depois da queda em contexto pandémico do preço do barril de petróleo. Simultaneamente, outros consumos intermédios como custos de transporte ou de matérias-primas não-energéticas também deverão crescer, contribuindo para esta pressão.
Por outro lado, a retoma económica deverá estimular a procura de alguns sectores profundamente afetados pela pandemia, sobretudo ao nível dos serviços. Este retorno à média pré-Covid, como se verifica depois da queda, por exemplo, no sector do turismo, onde os preços recuaram 5% em 2020, deverá também contribuir para uma subida generalizada dos preços.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com