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BE acusa Governo Regional de cinismo ao celebrar agora o sucesso do ferry

O partido diz que não seria preciso o pagamento de quaisquer indemnizações, por parte do Governo Regional e do da República, se “não existissem taxas portuárias desincentivadoras e limitações à carga”.
20 Setembro 2018, 13h05

O BE acusa o Governo Regional de cinismo ao ter feito tudo para que esta ligação marítima entre o Funchal e o Continente não existisse e agora vir celebrar o sucesso desta mesma operação.

O coordenador do BE Madeira, Paulino Ascensão, responsabiliza o Governo do PSD, tanto por ter criado obstáculos que levaram ao abandono da operação ferry, em 2012, e de depois ter montado “uma farsa de concurso público” com o intuito de “afastar potenciais interessados”, dizendo que a operação, “não era viável” sempre o o objetivo de proteger o monopólio dos portos e do transporte de carga contentorizada.

“O armador que operou entre 2008 e 2011 não recebeu apoios do Estado e até pagou um milhão em taxas em 2011. Requereu uma segunda ligação semanal e investiu num navio maior, mais rápido e mais estável. Dois indicadores significativos de que a operação é rentável, que não carece de apoios públicos se não forem levantados obstáculos artificiais”, defende o bloquista.

No entender de Paulino Ascensão “não é necessário” o pagamento de quaisquer indemnizações, quer pela Madeira quer pela República, no apoio a esta ligação marítima, se não se colocar “taxas portuárias desincentivadoras ou com restrições” à carga.

“A carga é essencial para a viabilidade da operação, dado que não padece de sazonalidade, ao contrário do transporte de passageiros”, defende.

O bloquista reforça que a adjudicação da ligação marítima à Empresa de Navegação Madeirense (ENM), com 12 viagens anuais, foi “um fato à medida”, servindo como “um tributo” pago ao ‘dono do porto’ para que este permita a passagem do ferry.

Para Paulino Ascensão fatores como o “anúncio tardio da operação, o tarifário absurdo para o transporte de carga, o serviço deficiente prestado a bordo na restauração e na limpeza, a tripulação reduzida e insuficiente”, foram maneiras de “não beliscar o negócio monopolista dos porta-contentores” da mesma ENM.

“A operação foi um sucesso apesar de todos os esforços desenvolvidos pelo Governo Regional e pelo armador seu protegido para que fracassasse. É puro cinismo festejar este sucesso e desfaçatez exigir o pagamento pela República desta ligação”, afirma.

O bloquista acusa ainda o executivo de trabalhar para os “donos da Madeira” e enganar o povo.

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