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BE defende que bancos e grandes empresas devem contribuir mais para ajudar as famílias durante a crise

A coordenadora do BE, Catarina Martins, considera que “ninguém pode fazer lucro com a crise” e sugere que as instituições bancárias e empresas desçam os preços “tanto nos créditos como na conta da luz” durante o Estado de Emergência e não devem distribuir dividendos.
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    António Cotrim/Lusa
3 Abril 2020, 12h39

O Bloco de Esquerda (BE) defende que as grandes empresas e os bancos devem ajudar as famílias portuguesas durante a crise provocada pela pandemia da Covid-19. A coordenadora do BE, Catarina Martins, considera que “ninguém pode fazer lucro com a crise” e sugere que as instituições bancárias e empresas desçam os preços “tanto nos créditos como na conta da luz” durante o Estado de Emergência.

“Temos de ser mais fortes nas exigências que fazemos à economia: mais apoio desde logo às micro e pequenas empresas, que têm feito um esforço tão grande, em condições tão difíceis. Mas há grandes empresas e o sistema financeiro que tem de ser chamado a colaborar neste esforço”, defendeu Catarina Martins, num vídeo enviado às redações, em reação às medidas previstas no decreto do Governo para a nova fase do Estado de Emergência.

Catarina Martins referiu que esses apoios passam desde logo por “não cobrar mais às empresas e às famílias e descendo mesmo os preços tanto nos créditos como na conta da luz”. A líder bloquistas disse ainda que, enquanto durar esta crise, “nenhuma grande empresa pode distribuir dividendos” e sublinhou que não se pode deixar que “a coberto da crise venha o abuso laboral”.

A coordenadora do BE disse que não basta reforçar as ações de fiscalização da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) e dar-lhe poderes para suspender os despedimentos e abusos laborais durante este período.

“O Governo anunciou, e bem, o reforço dos poderes da ACT, mas não chega. É preciso proibir os despedimentos desde logo dos trabalhadores precários. As empresas devem ter apoio e, como contrapartida do apoio, não podem despedir. Defender o emprego, defender o salário, é a condição para defender o país”, entende Catarina Martins.

A líder bloquista defende ainda as medidas de restrição de circulação devem ser acompanhadas por “medidas mais fortes de apoio social e de intervenção económica” e sublinhou a importância de “garantir a luz, a água e as telecomunicações”, o “apoio a quem perdeu todos os rendimentos e ainda não tem uma resposta” e a quem está a “cuidar dos seus dependentes que neste momento estão sozinhos”.

Entre as medidas que Catarina Martins sugere para apoiar as famílias estão a “suspensão dos despejos, de moratórias de rendas ou de hipotecas”. “Este é um país solidário, que tem dado provas de que é capaz do seu melhor. Vão ser uns dias muito difíceis. Saibamos ser tão responsáveis nas restrições aos movimentos como no apoio social e nas regras à economia”, sublinhou.

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