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BE defende que “resgatar” SIRESP dos privados é a única forma de garantir segurança “desinteressada” do país

Os bloquistas sublinham que o SIRESP é “o pilar das comunicações de emergência em Portugal” e que os sucessivos falhanços da rede apenas resultaram num “reforço da posição de empresas privadas , como a Altice”.
29 Maio 2019, 16h25

O Bloco de Esquerda (BE) defende que “resgatar” o Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) das mãos dos privados é melhor forma de garantir segurança e proteção “desinteressada” do país. Os bloquistas sublinham que o SIRESP é “o pilar das comunicações de emergência em Portugal” e que os sucessivos falhanços da rede apenas resultaram num “reforço da posição de empresas privadas , como a Altice”.

“Se as dúvidas em relação em torno da adjudicação do concurso para a criação e implementação do SIRESP ajudam a explicar as desconfianças dos portugueses e das portuguesas neste sistema, os relatos de falhas e incumprimentos por parte das populações e também por parte de outras autoridades tornam irreversível e inadiável a intervenção do Estado nesta matéria”, afirmou a deputada bloquista Sandra Cunha, na abertura do debate em plenário desta quarta-feira.

A deputada do BE lembrou que, em outubro de 2017, o Governo anunciou a intenção de adquirir uma posição maioritária da a SIRESP S.A, detentora das infraestruturas SIRESP, mas acusa o Governo de ter cedido aos interesses dos privados. “Foi a Altice que assumiu a posição maioritária do SIRESP (…) o ministro da Administração Interna [Eduardo Cabrita] foi comprar lã e acabou tosquiado”, disse.

“E assim começou uma longa rábula em que o Governo quer mandar no SIRESP e uma empresa privada que se está a borrifar para o Governo e interesse público”, acrescentou a deputada bloquista.

A bancada parlamentar do BE defende que o falhanço do Governo resultou num “reforço da posição da Altice, que faz agora o que quer e bem entende”. “Até se sentiu à vontade para ameaçar o país com a suspensão das ligações de satélite, que são um mecanismo essencial de redundância da rede, e em pleno período crítico de incêndios”, acusou Sandra Cunha.

“O SIRESP é um bom resultado das últimas duas décadas no país. O retrato de um país que entregou a privados funções estratégicas e essenciais do Estado. O retrato de um país cujas elites se deixaram embebecer, quando não mesmo enriquecer, pelas virtudes e encantos das parcerias público-privadas. O retrato de um país que pagou caro pela incompetência de privados, que pelos lucros de poucos prejudicou o país”, disse.

Sandra Cunha defendeu ainda que os portugueses continuam “reféns de privados que já falharam” e que continuar a insistir “num erro inaceitável e dar bónus a quem coloca o lucro acima da segurança das populações e do país” é “inadmissível”. “Só o controlo do SIRESP pelo Estado pode garantir segurança e proteção de forma desinteressada”, concluiu.

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