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BE quer saber que medidas estão a ser tomadas pelo Governo para evitar novos acidentes com comboios

Os bloquistas consideram que a aposta na ferrovia deve ser acompanhada pelo aumento do investimento na “segurança rodoviária” e pela definição de um plano de prevenção ferroviária para evitar acidentes ferroviários como o que aconteceu em Soure.
  • José Sena Goulão/Lusa
4 Agosto 2020, 16h49

O Bloco de Esquerda (BE) quer saber que medidas de segurança e prevenção estão a ser estudadas pelo Governo para evitar acidentes ferroviários como o que aconteceu em Soure, no distrito de Coimbra, na passada sexta-feira. Os bloquistas consideram que a aposta na ferrovia deve ser acompanhada pelo aumento do investimento na “segurança rodoviária” e pela definição de um plano de prevenção ferroviária.

Numa pergunta enviada ao Ministério das Infraestruturas e Habitação, a deputada bloquista Isabel Pires questiona o Governo se existe algum “plano de segurança e prevenção ferroviária atual” e quais as “medidas de reforço” que o Executivo socialista visa implementar para evitar novos acidentes do género com comboios.

A iniciativa do BE surge depois de, no passado dia 31 de julho, um comboio (Alfa Pendular) ter batido num veículo de conservação de catenária (VCC), provocando dois mortos, sete feridos graves e 36 feridos ligeiros. As causas do acidente ainda estão por apurar, mas tudo indica que “terá resultado do incumprimento por parte do VCC da ordem de paragem dada pela sinalização luminosa”.

No documento enviado ao Ministério tutelado por Pedro Nuno Santos, a deputada Isabel Pires recorda que “o desrespeito pela sinalização luminosa pelos veículos de serviço de Infraestruturas de Portugal (IP) motivou o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e Acidentes Ferroviários (GPIAAF) a investigar um acidente ocorrido em 2016 na Estação de Roma-Areeiro”.

Dessa investigação, resultaram várias recomendações do GPIAAF como a formação dos condutores de veículos de serviço e a necessidade deste material ser dotado de ‘convel’ (que funciona como um controlador de velocidade que faz parar a composição em caso de falha humana). Porém, “desde a publicação deste relatório, a frota da IP manteve-se inalterada” e os condutores desses veículos não tiveram qualquer formação, indica o BE.

Isabel Pires quer, por isso, saber se o Governo tem conhecimento do relatório do GPIAAF e, em caso afirmativo, “quais os motivos que fundamentam a não consideração das recomendações presentes no mesmo relatório”. O BE questiona ainda se o Governo está “disponível para investir, junto com a IP, na dotação do ‘convel’ em todos os veículos de serviço e no reforço da formação dos condutores destes veículos”.

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