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Bélgica enfrenta tsunami de novos casos, diz ministro da saúde

“Somos a região mais afetada de toda a Europa. Estamos mesmo próximos de um tsunami… já não temos controlo do que está a acontecer. Hoje, ainda conseguimos controlar o que está a acontecer, mas com enormes dificuldades e stress”, apontou o ministro à rádio nacional.
19 Outubro 2020, 13h57

A Bélgica está a enfrentar uma nova vaga da pandemia de Covid-19, e o país perdeu o controlo de novos casos e que se encontra a enfrentar um “tsunami” de infeções, apontou o ministro da Saúde belga, Frank Vandenbroucke, segundo escreve o “The Guardian” esta segunda-feira, 19 de outubro.

O ministro belga esteve hoje na rádio “RTL” e pediu aos cidadãos para mudarem radicalmente os seus comportamentos, denotando que estes relaxaram. Vandenbroucke apontou que, atualmente, a pior situação está a ser verificada em Wallonie e em Bruxelas, classificando-as como “as piores, e as mais perigosas para toda a Europa”.

“Somos a região mais afetada de toda a Europa. Estamos mesmo próximos de um tsunami… já não temos controlo do que está a acontecer. Hoje, ainda conseguimos controlar o que está a acontecer, mas com enormes dificuldades e stress”, apontou o ministro à rádio nacional, acrescentando que “se continuar a aumentar, o número de internamentos vão ser tantos que vamos ter de adiar mais e mais cuidados não-Covid, que também é muito perigoso”.

“[O Governo] tem apenas uma mensagem para o público: protejam-se, protejam os vossos entes queridos, para não serem contaminados”, adiantou ainda o governante.

No mês passado, o secretário da Saúde britânico, Matt Hancock, elogiou o modelo belga no combate ao novo coronavírus, uma vez que em agosto o país já estava a enfrentar a segunda vaga do vírus. O britânico elogiou a limitação das bolhas sociais e aplicou a ‘regra dos seis’, que é semelhante.

Com o regresso das aulas presenciais e aos locais de trabalho, o número de infeções aumentou consideravelmente na Bélgica. Os dados mostram que na última semana, de 9 a 15 de outubro, o país registou uma média de 7.876 novas infeções por dia, verificando-se um aumento de 79% perante a semana anterior.

De facto, na passada terça-feira, a Bélgica registou 12.051 novos casos num único dia, tornando-se o dia com mais infeções desde o início da pandemia, de acordo com o Centro de Controlo da Crise.

Com o aumento de casos, a Bélgica aplicou novas medidas restritivas esta segunda-feira, reduzindo ainda mais o número de pessoas permitidas nas ‘bolhas sociais’. Esta é uma medida que tem como objetivo evitar um novo confinamento geral, prejudicando novamente a economia. Agora, o país permite apenas a existência de um contacto próximo fora das habitações e um máximo de quatro convidados, que podem ser alternados a cada duas semanas.

De acordo com o “The Guardian”, daqui a quatro semanas, todos os bares e restaurantes devem fechar, sendo que a venda de álcool estará proibida a partir das 20 horas, e um recolher obrigatório será imposto da meia noite às cinco da manhã.

A ministra da Saúde de Wallonie, uma das zonas mais afetadas, admitiu que o sistema de saúde está sob uma pressão sem precedentes. “Os laboratórios estão a trabalhar a toda a velocidade. A Bélgica é um dos países da União Europeia que mais testa, mas quando há muitos doentes, o sistema pára”.

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