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Benet pede reconciliação de Israel em tensa sessão parlamentar

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse, no parlamento, que continuará na política, na oposição, após a tomada de posse de uma nova coligação, ou que regressará ao poder “em breve”.
13 Junho 2021, 19h25

O ultranacionalista religioso Naftali Benet, que poderá ser o próximo primeiro-ministro de Israel, pediu este domingo a reconciliação nacional, na sessão de ratificação do novo Governo no Parlamento, marcada por forte tensão.

“É o momento de passar a liderança da nação e o Estado à próxima geração”, afirmou Benet, citado pela agência EFE, durante o discurso em que, apesar das diferenças entre ambos, agradeceu ao primeiro ministro Benjamin Netanyahu os doze anos que passou ao serviço de Israel.

Benet falava na sessão de abertura do Knesset (Parlamento), em que se espera que o chamado “Governo da mudança” seja ratificado, enquanto parlamentares do Likud (partido que alia o centro-direita e a direita conservadora) de Netanyahu, partidos ultraortodoxos e o Partido Religioso Sionista o repreenderam e insultaram, tentando por mais de uma ocasião interromper o seu discurso.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse, no parlamento, que continuará na política, na oposição, após a tomada de posse de uma nova coligação, ou que regressará ao poder “em breve”.

“Se é nosso destino estar na oposição, faremos isso de cabeça erguida, derrubaremos esse mau governo e voltaremos a governar o país do nosso jeito (…) Estaremos de volta em breve”, disse Netanyahu durante um discurso no parlamento de Israel, antes de um voto de confiança num novo governo.

O parlamento israelita deve votar ainda este domingo um voto de confiança no “governo de mudança” liderado pelo líder da direita radical Naftali Bennett e pelo líder centrista Yair Lapid para encerrar os mais de doze anos de governação de Benjamin Netanyahu.

“Bennett e seus amigos são um falso direito e as pessoas sabem disso muito bem”, disse Netanyahu, que elogiou os “sucessos” do seu Governo, citando em particular acordos para normalizar as relações com os países árabes, e “operações externas”, incluindo as que em 2018 permitiram ao Estado hebreu apossar-se dos arquivos nucleares iranianos.

“Mas hoje, o Irão comemora (a chegada da nova coligação) porque eles entenderam que agora existe um Governo fraco” em Israel, acrescentou Netanyahu.

Antes do primeiro-ministro cessante, Naftali Bennett havia afirmado que o futuro governo, que irá chefiar por dois anos antes de ser substituído por Yaïr Lapid, não permitiria que “o Irão adquira armas nucleares”.

“Este Governo está a começar o trabalho sob a mais séria ameaça à segurança”, acrescentou Bennett sobre o Irão, garantindo que Israel “reservaria total liberdade de ação” contra Teerão.

Teerão nega regularmente que pretenda adquirir armas atómicas, alegando que o seu programa nuclear é puramente civil.

Em relação ao conflito israelo-palestiniano, Naftali Bennett, um apoiante da linha dura que no passado defendia a anexação de parte da Cisjordânia ocupada, garantiu que “não é um conflito territorial”, considerando necessário “lembrar o mundo que os inimigos (de Israel) ainda não reconhecem a existência de um estado judeu”.

A coligação heterogénea, que reúne dois partidos de esquerda, dois do centro, três da direita e uma formação árabe, deve obter a confiança dos governantes eleitos, o que retirará Benjamin Netanyahu do poder.

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