[weglot_switcher]

Benfica é o clube que mais depende das receitas televisivas entre os campeões das maiores ligas europeias

Negociações individuais dos direitos televisivos pelos clubes na liga portuguesa permitem que Benfica e Porto “maximizem as suas receitas, enquanto o campeonato nacional sofre um evidente desequilíbrio competitivo”, conclui a consultora KPMG.
  • SL Benfica
16 Janeiro 2020, 10h35

Os direitos de transmissão televisiva tiveram um peso total de 61% nas receitas do Benfica em 2018/2019, o que faz do clube da Luz, entre os campeões nacionais das oito maiores campeonatos da Europa, o mais dependente das televisões, aponta o estudo “The European Champions Report” da KPMG. Segundo a consultora, os encarnados registaram uma receita total de 165,7 milhões de euros, sendo que 100,9 milhões de euros tiveram origem em direitos de televisivos.

Comparando apenas a dependência dos direitos televisivos, isto é o clube com maior percentual do broadcasting na sua receita global, constata-se que depois do Benfica (61%), o mais dependente é Galatasaray (50%), seguindo-se Manchester City (47%), Juventus (45%), Ajax (44%), Bayern de Munique (34%), Barcelona (35%) e Paris Saint-Germain (25%).

O Benfica tem “incontestavelmente a maior dependência de direitos televisivos entre os oito campeões nacionais observados neste relatório. Em comparação com a época anterior, a receita total dos direitos televisivos cresceu 62%, sobretudo pelas receitas da UEFA [56,8 milhões face aos 17,9 milhões em 2017/2018], o que se traduz num considerável crescimento fruto de melhores resultados e de um novo acordo televisivo. Por outro lado, as receitas televisivas em Portugal continuam estáveis, perto dos 44,1 milhões de euros, fruto de um acordo de dez anos com a empresa de telecomunicações NOS, em vigor desde 2016/2017”, lê-se na análise da KPMG sobre o Benfica.

Ainda assim, por mais que o rendimento desportivo possa aumentar o interesse televisivo no clube da Luz, a dependência do Benfica face aos direitos de transmissão televisiva deve-se ao facto de “Portugal ser a única liga representada no estudo em que os clubes negoceiam individualmente os seus direitos televisivos”.

“Tal estratégia permite que os dois maiores clubes portugueses [Benfica e Porto] maximizem as suas receitas, enquanto o campeonato nacional sofre um evidente desequilíbrio competitivo, sendo que nos últimos 17 anos apenas Benfica e Porto venceram a Primeira Liga”, analisa a KPMG.

Contudo, observando a receita concreta proveniente dos direitos televisivos, o Benfica apenas se encontra à frente dos turcos do Galatasaray e dos holandeses do Ajax. Assim, o ranking quanto ao broadcasting muda radicalmente: Barcelona (298,1 milhões de euros); Manchester City (287,1 milhões de euros); Bayern de Munique (211,2 milhões de euros), Juventus (206,6 milhões de euros), Paris Saint-Germain (156,6 milhões de euros); Benfica (100,9 milhões de euros); Ajax (88,5 milhões de euros) e Galatasaray (73,4 milhões de euros).

Mais, observando a receita global destes oito clubes campeões nacionais em 2018/2019, constata-se que as águias apenas ficam à frente dos turcos do Galatasaray, evidenciando pouco poderio financeiro quando comparado com os principais campeonatos nacionais da Europa.

Em termos de receitas absolutas (incluindo bilheteira, direitos televisivos e acordos comerciais e patrocínios), é o Barcelona que detém a maior receita, 839 milhões de euros concretamente. Seguem-se Paris Saint-Germain (636 milhões de euros), Bayern de Munique (625,5 milhões de euros), Manchester City (610,4 milhões de euros), Juventus (463,6 milhões de euros), Ajax (199,5 milhões de euros), Benfica (165,7 milhões de euros) e Galatasaray (146,3 milhões de euros).

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.