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BICV e Ecobank emprestam 21 milhões de euros à Cabo Verde Airlines

Os representantes dos bancos, BICV e Ecobank, que vão assegurar este financiamento assumiram acreditar no projeto, classificando-o de “estratégico” para Cabo Verde.
15 Julho 2019, 19h19

A Cabo Verde Airlines assinou uma linha de crédito financiada com o Banco Internacional de Cabo Verde e o Ecobank no valor de 21 milhões de euros (24 milhões de dólares). O acordo foi assinado na cidade da Praia na última sexta-feira, 12 de julho, numa cerimónia, presidida pelo vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças de Cabo Verde, Olavo Correia.

Segundo o presidente da Cabo Verde Airlines, Jens Bjarnason, tratou-se de um “longo caminho” percorrido até agora que se justifica tendo em conta a necessidade que a empresa tem de implementar o seu plano de negócio nesta fase inicial.

“Quando desenvolvemos o plano de negócio referente a 2018 e 2023, sabíamos que a companhia necessitaria de capital adicional para os próximos 18 a 24 meses. Nós assumimos a companhia aérea em março e tudo o que está delineado mostra que o plano de negócio é muito válido, por isso o empréstimo que assinamos hoje de 24 milhões de dólares vai ajudar-nos a operar neste período. Depois desta fase as nossas expetativas são de que a companhia esteja no bom caminho”, explicou Jens Bjarnason aos jornalistas após a assinatura do acordo.

Os representantes dos bancos, BICV e Ecobank, que vão assegurar este financiamento assumiram acreditar no projeto, classificando-o de “estratégico” para Cabo Verde.

“Nós decidimos apoiar este projeto estruturante para Cabo Verde. Em especial para o desenvolvimento dos transportes aéreos. Reiteramos o nosso total apoio ao parceiro escolhido por Cabo Verde para o desenvolvimento do projeto da TACV e sabemos que a Icelandair tem uma elevada experiência e nível de conhecimento a operar neste setor que garantirá por certo o sucesso desta operação”, afirmou César Ferreira, administrador do BICV.

Por seu turno o administrador do Ecobank, Emanuel Moreira, lembrou que o campo de atuação do banco é o espaço da comunidade económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e não poderia ficar de fora deste financiamento.

“É a integração de Cabo Verde com a África ocidental que está em causa, quando falamos do hub aéreo que já está acontecer com a ligação ao Senegal e que vai alargar-se para Abidjan e para Nigéria, que estão nos planos de negócios da empresa. Na vocação do Ecobank esta operação foi acarinhada ao mais alto nível, mostrando o engajamento do grupo com Cabo Verde e os nossos parceiros”, referiu Emanuel Moreira.

O vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças de Cabo Verde lembrou que este é um negócio entre instituições privadas que não contou com qualquer garantia do Estado para a sua aprovação.

No final da cerimónia Olavo Correia colocou a tónica no crescimento da Cabo Verde Airlines, que tem acontecido não só em número de ligações e de aviões, mas também de trabalhadores cabo-verdianos, recordando ainda que esta é uma empresa que poderia ter sido liquidada, mas não foi.

“Hoje trabalham nesta empresa mais de 300 trabalhadores, mais de 64 pilotos, que poderiam estar no desemprego ou numa situação difícil. Segundo informações que temos cada mês mais 10 elementos para tripulação têm sido contratados pela empresa, estamos a crescer em termos de número de voos como de cabo-verdianos que estão a ter empregos e este é o nosso maior reconhecimento”, referiu o vice-primeiro-ministro e Ministro das Finanças.

Olavo Correia, pediu ainda confiança aos trabalhadores da empresa, mas também empenho. “Às vezes temos um défice de produtividade e um absentismo laboral muito elevado”, lamentou.

O processo de privatização da TACV aconteceu em março. O Estado vendeu 51% da companhia por 1,3 milhões de euros à Lofleidir Cabo Verde, uma empresa detida em 70% pela Loftleidir Icelandic EHF e em 30% por empresários islandeses com experiência no setor da aviação.

Segundo o contrato de privatização assinado, “o parceiro estratégico não poderá alienar as suas ações durante um período de cinco anos, tendo para tal de ter autorização do Governo”. Passado este período, e caso pretenda fazê-lo, o Governo tem sempre direito de preferência.

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