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BICV está a trabalhar com governo para posicionar Cabo Verde como praça financeira internacional

Em declarações ao Jornal Económico Cabo Verde, Sohail Sultan, presidente executivo do iibg e que também assume a presidência do BICV, explicou que a aquisição do banco cabo-verdiano se insere na estratégia do grupo de desenvolver bancos e sociedades em mercados da África, Médio Oriente e Ásia.
2 Outubro 2018, 18h38

O novo dono do Banco Internacional de Cabo Verde (BICV) está a trabalhar com o governo para posicionar o arquipélago como uma praça financeira internacional para a África Ocidental.

O BICV, antigo Banco Espírito Santo (BES) de Cabo Verde, passou a ser controlado pelo Internacional Investiment Bank Group (iibg), uma sociedade financeira sediada no Reino de Bahrain, que adquiriu 90% do capital da instituição financeira cabo-verdiana.

Em declarações ao Jornal Económico Cabo Verde, Sohail Sultan, presidente executivo do iibg e que também assume a presidência do BICV, explicou que a aquisição do banco cabo-verdiano se insere na estratégia do grupo de desenvolver bancos e sociedades em mercados da África, Médio Oriente e Ásia.

Neste momento, além Reino de Bahrain e de Cabo Verde, o iibg tem bancos no Djibuti.

Sohail Sultan afirma que o BICV está focado no mercado cabo-verdiano, mas com olhos postos nas valências do país em termos de capacidade para funcionar como um hub para atrair novos investimentos e chegar ao mercado da África ocidental, com maior população.

“Estamos a trabalhar em conjunto com os parceiros locais e internacionais, em particular com o Governo de Cabo Verde, no sentido de permitir que o país se posicione como uma futura praça financeira internacional, designadamente para a região da África Ocidental”, disse Sultan.

O empresário esteve na Cidade da Praia para vários encontros com as autoridades cabo-verdianas, nomeadamente como o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia.

Em declarações ao Jornal Económico Cabo Verde, Sohail Sultan explica que a escolha do arquipélago foi feita depois de serem avaliados os riscos e potencialidades que o país tem, nomeadamente “a estabilidade política, sistema democrático que funciona e uma economia com potencialidade de crescimento”, apontou.

Banco quer crescer e vai aumentar capital

César Ferreira, administrador do BICV, explica que o mais importante nesta fase de refundação é a instituição financeira focar-se nos objetivos traçados.

Depois da medida de resolução aplicada ao Banco Espírito Santo (BES), o BES Cabo Verde ficou na esfera do Novo Banco, que vendeu 90% do capital da instituição financeira cabo-verdiana ao iibg, mantendo a titularidade do restante capital.

Neste processo, o BICV registou prejuízos nos exercícios de 2016 e 2017, que se deverão manter ainda em 2018, segundo os seus responsáveis. César Ferreira diz que acredita que os próximos dois anos serão de recuperação.

O BICV pretende aumentar o número de trabalhadores, que é neste momento de 25 e passar a ter mais do que os dois atuais balcões. Planeia, também, aumentar ao longo dos próximos dois anos o capital do banco, que é neste momento de 14 milhões de euros.

“É nosso desejo que os próximos dois anos tragam um crescimento do banco, na sua dimensão e principais indicadores – ativo, crédito e depósitos de clientes –, assim como um natural aumento do seu número de empregados, contribuindo desta forma para a criação de emprego e formação de jovens quadros bancários nacionais”, explica.

Sohail Sultan reforçou que o processo de refundação da instituição financeira passa “por renovar e expandir a atual rede de balcões, reposicionando o banco no sector bancário em Cabo Verde e integrando-o na filosofia do iibg, no sentido de desenvolver a sua oferta e posicionamento junto de particulares e empresas, nacionais e internacionais”.

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