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Biden quer que 50% dos novos carros em circulação sejam elétricos até 2030

Os veículos elétricos representaram menos de 2% de todas as vendas automóveis nos Estados Unidos em 2020, com os americanos a continuarem a apostar nos grandes carros como SUV e ‘pick-ups’.
5 Agosto 2021, 16h31

O presidente norte-americano, Joe Biden, estabeleceu uma nova meta na descarbonização, em que metade das vendas de novos automóveis devem ser de carros elétricos até 2030, reforçando os padrões de poluição para os veículos em circulação nos Estados Unidos, visando reduzir a maior fonte de gases causadores do efeito de estufa, revela o “The Guardian”.

A Casa Branca delineou esta quinta-feira o seu plano final para enfrentar a crise climática que se faz sentir ao cortar as emissões dos veículos. Joe Biden pede ainda que 50% dos novos carros e camiões vendidos até ao final da década sejam movidos a eletricidade.

A Agência de Proteção Ambiental e o Departamento de Transportes dos EUA assinaram um novo padrão que visa que, a partir de 2023, os novos carros devem emitir menos 10% de gases de efeito estufa comparativamente com o ano anterior. A perspetiva governamental é reduzir as emissões de dióxido de carbono em dois mil milhões de toneladas e poupar 200 mil milhões de galões (757 mil milhões de litros) de gasolina e vários milhares de euros gastos em combustível.

A marcha-a-ré verificada no mandato presidencial de Donald Trump, a partir da Acordo de Paris assinado previamente por Barack Obama, foi bem vista pela indústria automóvel, que viram um gasto maior para as respetivas empresas. No entanto, foram muitas as fabricantes que anunciaram a vontade de construir automóveis elétricos desde então, num investimento de vários milhões de euros.

De acordo com o diretor do World Resources Institute, Dan Lashof, esta deverá ser uma das medidas mais impactantes alguma vez impostas pelo governo de Joe Biden e que pode ajudar a enfrentar a atual crise climática.

Os veículos elétricos representaram menos de 2% de todas as vendas automóveis nos Estados Unidos em 2020, com os americanos a continuarem a apostar nos grandes carros como SUV e pick-ups. Ainda assim, as marcas também já começaram a traçar os seus próprios planos para aumentar as vendas de elétricos. Em maio, a Ford apontou que 40% das suas vendas seriam elétricas até 2030, apostando numa versão elétrica do F-150, o veículo mais vendido na América desde 1980, e também a transformação do Mustang para elétrico.

Os representantes da Ford, General Motors e da Stellantis vão reunir-se hoje na Casa Branca com o presidente Biden e são estas mesmas marcas que estão a apontar que 40% a 50% das suas vendas sejam elétricas até 2030. “Representa uma mudança dramática em relação ao mercado dos Estados Unidos”, indica uma declaração conjunta das marcas.

Ainda assim, as empresas automóveis esclarecem que esta meta só será alcançável caso o governo forneça incentivos para a compra de elétricos e invista na infraestrutura de carga em todo o país e reforce o financiamento de pesquisa e desenvolvimento.

“Já perdemos quatro anos de progresso climático com Donald Trump e não podemos perder mais tempo”, afirmou Becca Ellison, vice-diretora de políticas da Evergreen Action. “Para cumprir as nossas metas climáticas e construir um futuro com melhores empregos e menos poluição tóxica, o presidente Biden deve defender uma transição muito mais rápida para os veículos elétricos”, considerou.

A meta de Biden é que os Estados Unidos atinjam emissões líquidas zero até 2050, mas os especialistas defendem que a mesma só será concretizada caso os EUA acabem com a venda de carros a gasolina e diesel em 2035, uma mudança bastante radical.

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