Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) deverão reunir-se numa sessão extraordinária para discutir as alegadas irregularidades nas eleições presidenciais da Bielorrússia, que resultaram no sexta eleição de Aleksander Lukashenko, no poder desde 1994, e para debater a forma violenta como as manifestações estão a ser reprimidas pela polícia bielorrussas.
A confirmação foi dada esta quarta-feira pela ministra dos Negócios Estrangeiros da Suécia, Ann Linde, revelando que serão discutidas sanções para aplicar ao país.
“Esta manhã fomos convocados para uma sessão extraordinária, na sexta-feira, entre ministros dos Negócios Estrangeiros onde iremos discutir precisamente isso [sanções]”, afirmou Ann Linde, durante uma entrevista a uma rádio sueca, citada pela Reuters.
Portugal já demonstrou completa disponibilidade para comparecer numa reunião em que estivessem em cima da mesa sanções contra o governo bielorrusso. Ao jornal “Público“, o gabinete do ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) português garantiu que “participará em qualquer reunião extraordinária que venha a ser agendada” para discutir a questão bielorrussa no Conselho de Negócios Estrangeiros da UE.
Quanto à possibilidade de sanções, o gabinete de Augusto Santos Silva refere ao jornal que as mesmas “serão discutidas no quadro da UE e Portugal participará nesta discussão, como sempre o faz, contribuindo para uma decisão comum”. Até lá, o Governo português “confia na gestão do Alto Representante [da UE para a Política Externa, Josep Borrell]” que, na segunda-feira, condenou “a violência estatal desproporcional e inaceitável contra manifestantes pacíficos” e pediu “a libertação imediata” de todos os detidos.
Depois da reeleição de Alexander Lukashenko, este domingo, os manifestantes na Bielorrússia saíram às ruas para exigir por um país mais democrático e denunciar os atos de violência e de fraudes no processo eleitoral. Segundo os resultados oficiais finais da votação, o chefe de Estado cessante, Alexander Lukashenko, há 26 anos no poder e que obteve o sexto mandato, recolheu 80,23% dos votos, enquanto a grande rival, a opositora Svetlana Tikhanovskaia, chegou aos 9,9%.
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