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Bimbo Donuts vai “contestar vigorosamente” acusação da AdC sobre concertação de preços

“A Bimbo Donuts entende que a acusação formulada não tem fundamento vai contestar vigorosamente a mesma, colocando-se em simultâneo ao dispor da Autoridade da Concorrência Portuguesa para prestar todos os esclarecimentos necessários”, adianta a empresa.
26 Junho 2020, 12h26

A Bimbo Donuts Portugal considera que a acusação da Autoridade da Concorrência (AdC) sobre concertação de preços “não tem fundamento” e vai “contestar vigorosamente a mesma”, disse esta sexta-feira fonte oficial da empresa à Lusa.

“Após investigação, a AdC concluiu que existem indícios de que as empresas Modelo Continente, Pingo Doce e Auchan utilizaram o relacionamento comercial com o fornecedor Bimbo Donuts para alinharem os preços de venda ao público (PVP) dos principais produtos deste último, em prejuízo dos consumidores”, afirmou a AdC em comunicado na quinta-feira, considerando a conduta em causa “muito grave”.

A Bimbo Donuts Portugal, adquirida em 2016 pelo Grupo Bimbo, adianta que faz “parte do grupo de empresas incluídas na investigação da indústria por parte da Autoridade da Concorrência em Portugal, referente a uma alegada fixação de preços, que teria ocorrido quando a empresa ainda pertencia aos anteriores proprietários”, numa reação por escrito à Lusa.

“A Bimbo Donuts entende que a acusação formulada não tem fundamento vai contestar vigorosamente a mesma, colocando-se em simultâneo ao dispor da Autoridade da Concorrência Portuguesa para prestar todos os esclarecimentos necessários”, adianta.

“O grupo Bimbo e todas as suas subsidiárias são muito rigorosas no cumprimento da legislação dos países onde estão presentes e atuam de acordo com os interesses dos seus clientes, consumidores, colaboradores e comunidade, operando sob os mais elevados padrões éticos, oferecendo sempre produtos da mais alta qualidade”, conclui fonte oficial.

Os três grupos de distribuição alimentar e o fornecedor de bolos, pães pré-embalados e substitutos do pão, acusados de concertação dos preços praticados ao consumidor, foram objeto de nota de ilicitude há um dia, depois de a investigação concluir existirem indícios da prática de cartel.

“Os comportamentos investigados duraram vários anos, tendo-se desenvolvido, pelo menos, entre 2004 e 2017”, precisou a AdC, explicando tratar-se de uma prática que prejudica os consumidores por limitar a opção de escolha pelo preço, uma vez que aquelas três cadeias de supermercados representam “mais de metade” do mercado da grande distribuição em Portugal.

A AdC diz ter em curso “mais de 10 investigações” no setor da grande distribuição de base alimentar, algumas ainda sujeitas a segredo de justiça, e adianta que a acusação hoje anunciada integra um “segundo conjunto” de casos de ‘hub-and-spoke’ em investigação, que envolvem a grande distribuição e fornecedores.

 

ALU (VP) // MSF

Lusa/Fim

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