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Binter desculpa-se com segurança, frota e experiência dos pilotos

“Cada companhia tem os seus procedimento”, alega a Binter, garantindo que era impossível descolar do aeroporto da Madeira. Na resposta, Governo da Madeira diz que ou cumpre ou vai embora.
14 Agosto 2018, 13h25

500 passageiros, 20 voos cancelados numa semana e uma onda de revolta que uniu, nos últimos dias, Governo Regional e oposição partidária em duras críticas à atuação da Binter e do Executivo central. Este é o balanço dos cancelamentos sucessivos e recentes da companhia aérea espanhola.

Ao Económico Madeira, a Binter garante que os cancelamentos se devem às condições meteorológicas que aliadas características da frota e a experiência dos pilotos têm impedido a companhia de voar e lembra que a companhia também tem sido prejudicada por esta situação.

“Para a nossa companhia não era possível operar. Deve-se ter em conta que cada companhia aérea tem procedimentos diferentes que variam em função de parâmetros como a forma, ou a formação e experiência” dos pilotos, insiste a Binter, mas estes argumentos deixam muitas dúvidas já que as restantes companhias aéreas têm conseguido operar a partir do Aeroporto da Madeira.

A situação do aeroporto alternativo, realça a Binter, na rota entre o Porto Santo, Madeira, Porto Santo, tem também de ser levada em atenção.

“No caso de um problema de aterragem em um aeroporto, as companhias aéreas têm, para cada aeroporto, um aeroporto alternativo. Antes de descolar em condições de mau tempo que não permitem a aterragem tanto no aeroporto inicial como no aeroporto de alternativa, por vezes, a melhor decisão é para cancelar o voo para a segurança dos passageiros, e foi isso que ocorreu”, clarifica a Binter ao Económico Madeira.

Os cancelamentos de voos da Binter motivam fortes críticas por parte do vice-presidente do Governo Regional, Pedro Calado, que afirma que “ou a Binter cumpre com o que está estipulado no contrato de concessão, ou se não cumpre tem de ser afastada da linha aérea” entre o Porto Santo e a Madeira.

“O que está em causa é o que a República faz quando não é cumprido o contrato”, esclarece Pedro Calado.

Para o governante a maneira como o governo central tem gerido este dossier mostra o que a República faz “na defesa dos interesses” da Região Autónoma chegando mesmo a acusar o executivo “virar as costas” à ilha neste processo.

“Se esta situação fosse no Algarve as coisas já estavam resolvidas”, defende o governante.

Os cancelamentos da Binter, entre o Porto Santo e a Madeira estão a ser investigados pela Autoridade Nacional de Navegação Civil (ANAC).

Entretanto, também o secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme Martins, está acompanhar a situação, e garante que o contrato estabelecido com a Binter se encontra em vigor, mas alertou que o executivo informou a companhia da “necessidade imperiosa” de garantir a prestação do serviço.

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