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Bolsa de Lisboa arrastada pela energia. Europa também caiu

Bolsas europeias encerraram em baixa, com o PSI-20 a ser até um dos menos castigados. As perspetivas menos optimistas relativamente a um desfecho positivo das negociações entre os EUA e a China prejudicaram os mercados europeus.
  • Stringer/Reuters
8 Outubro 2019, 17h33

O mercado nacional encerrou em baixa, ainda que tenha caído menos do que os pares europeus. Já que o PSI-20 desceu 0,40% para 4.913,35 pontos, mas o EuroStoxx 50 caiu 1,09% para 3.433,42 pontos.

Em causa esteve o comportamento de ações como a Mota-Engil que subiu 1,49% para 1,770 euros. A construtora anunciou ontem que celebrou, através de uma sua subsidiária, um contrato para a recolha de resíduos no Distrito Federal de Brasília no valor de 122 milhões de euros. A Corticeira Amorim subiu 1,92% para 9,540 euros. A Sonae valorizou 1,29% para 0,861 euros.

Já nas quedas a liderança coube à Altri, que caiu -3,25% para 5,215 euros. Mas as três empresas de energia lideraram as perdas. A EDP caiu -1,39% para 3,606 euros. EDP Renováveis deslizou -1,12% para 9,690 euros; e a Galp perdeu -1,13% para 13,515 euros.

A Galp perdeu terreno, no dia em que apresentou os seus dados operacionais relativos ao 3º trimestre do ano. “Relativamente à Exploração e Produção, a produção net entitlement aumentou 21% face ao mesmo período do ano anterior e 13% relativamente ao trimestre anterior, atingindo os 124 kboepd, enquanto que a produção working interest registou a mesma variação em termos anuais, mas aumentou 12% face ao 2º trimestre para os 125.5 kboepd. Relativamente à área de Refinação & Distribuição, a margem de refinação atingiu os 3,9 dólares, versus 5,8 dólares no 3º trimestre de 2018, enquanto que as matérias primas processadas diminuíram 26% face a 2018 e 21% relativamente ao 2º trimestre.

A Pharol caiu -1,87% para 0,105 euros.

A REN manteve-se inalterada, apesar da RBC Capital Markets ter elevado (segundo a imprensa financeira) o seu preço-alvo para finais de 2020 de 2,10 euros para 2,60 euros, bem como a sua recomendação de “underperform” para “sector perform”, explica o BPI no seu comentário de fecho.

Vários fatores de pressão ditam dia de queda nas bolsas europeias. Segundo o analista do Millennium BCP, Ramiro Loureiro, as atenções dos investidores estão muito voltadas para os avanços e recuos em torno da guerra comercial, e “por isso é natural que prefiram aguardar por novidades quanto às conversações agendadas para quinta-feira entre os responsáveis norte-americanos e chineses”.

“A nota de que a Administração Trump colocou oito empresas chinesas na blacklist trouxe alguns receios para as salas de mercados. Entretanto há informações de que Trump continua a ponderar restringir o fluxo de capitais para a China”, explica o analista.

“O sentimento empresarial nas PMEs norte-americanas atingiu um dos patamares mais baixos da Era Trump e foi outro dos travões”, adianta Ramiro Loureiro, do BCP.

O Brexit também condicionou a sessão, após o contacto telefónico entre Boris Johnson e Merkel ter deixado um alerta de que as conversações quanto ao acordo de saída devem falhar.

O FTSE 100 de Londres caiu 0,76% para 7.143,15 pontos. O CAC 40 perdeu 1,18% para 5.456,62 pontos e o DAX deslizou 1,05% para 11.970,2 pontos.

Milão viu o seu índice cair também para 21.405,7 pontos (-1,14%) e o IBEX tombou 1,15% para 8.940,1 pontos.

Em termos setoriais, nenhum terminou em campo positivo, sendo que entre os piores performers figuraram os bancos, os fabricantes de automóveis, bem como as empresas relacionadas com viagens e lazer. Por cá o BCP segurou-se ao valorizar 0,11% para 0,1904 euros.

“O sector tecnológico foi também influenciado pelo profit warning da Samsung. A empresa coreana informou que o seu resultado operacional referente ao 3º trimestre deverá ter caído 56% face ao mesmo período de 2018. Este alerta confirma a tendência descendente dos resultados operacionais, que já no trimestre anterior tinham sofrido uma quebra de 55%”, salientou por seu turno o analista do BPI no seu comentário de fecho..

Notícia foi também o facto de a Bolsa de Hong Kong ter desistido da oferta de compra sobre a London Stock Exchange.

Em termos macroeconómicos, em agosto, a produção industrial alemã caiu 4%, face às previsões que apontavam para uma quebra de 4,30% em termos anuais.

No Relatório 10ª Avaliação Pós-Programa  a Comissão Europeia prevê que Portugal registará um crescimento real do PIB de 1,7% em 2019 e também em 2020.

Bruxelas diz ainda que a taxa de desemprego em Portugal deverá diminuir para 6,2% em 2019 e 5,7% em 2020. Quanto à inflação, a Comissão prevê que esta se situe em 1,1% em 2019 e 1,6% em 2020 (valor de 2019 revisto em alta em 0,2 p.p.). Já a Capacidade Líquida de Financiamento da economia portuguesa deverá ser 0,0% do PIB em 2018 e 0,1% do PIB em 2019.

Relativamente à situação orçamental, a projeção da Comissão Europeia é de um défice de 0,4% do PIB em 2018 e 0,1% do PIB para 2019.

Ficou também conhecido o Indicador Compósito Avançado da OCDE. Em agosto de 2019, o Indicador Compósito Avançado para Portugal apresentou uma variação de 0,06% em termos mensais e de -1,67% termos homólogos, com um valor de 98,87 pontos. Estes valores indicam uma fase de ligeira recuperação da atividade económica.

A dívida soberana alemã a 10 anos tem uma evolução de -1,9 pontos base para uma yield negativa de -0,594%.

A dívida portuguesa no mesmo prazo, caiu 2 pontos base para 0,117% estando abaixo já da dívida espanhola a 10 anos que caiu apenas 1,5 pontos base para uma yield de 0,122%.

Itália tem os juros em queda de 0,9 pontos base para 0,843%.

O petróleo tomba em Londres, com o Brent a cotar nos 57,92 dólares (-0,75%) e o crude no NYMEX a cair nesta altura 1,02% para 52,21 dólares.

O euro cai 0,16% para 1,0954 dólares.

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