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Bolsa de Lisboa avança 1%, com PIB robusto e ganhos nas ações globais

As bolsas europeias e norte-americanas negociaram no vermelho, logo após a divulgação de dados da inflação nos EUA. No entanto, as bolsas em ambos lados do Atlântico acabaram por inverter a tendência.
  • Reuters
14 Fevereiro 2018, 16h38

A Bolsa de Lisboa fechou esta quarta-feira a subir 1,03% para 5.420,61 pontos, a acompanhar a tendência positiva na Europa e nos EUA. Os mercados nacionais estão a ser beneficiados pela divulgação de dados do produto interno bruto (PIB) de 2017, que apontam para um crescimento económico de 2,7%, acima da estimativa do Governo.

“A Bolsa de Lisboa acabou por acompanhar as congéneres europeias, que inverteram a tendência ao longo da sessão”, explicou Steven Santos, gestor do BiG – Banco de Investimento Global, que destaca que “o BCP acabou por ser o mais beneficiado pelo aumento de apetência pelo risco durante a tarde”.

As ações do banco liderado por Nuno Amado dispararam 3,39% para 0,304 euros. Ainda entre as cotadas que mais subiram estiveram a Pharol (2,42% para 0,2325 euros), os CTT (2,21% para 3,330 euros), a Corticeira Amorim (1,99% para 10,240 euros) e a Semapa (1,35% para 18,020 euros).

Em sentido contrário, o destaque esteve na Sonae, cujas ações perderam 1,42% para 3,460 euros, depois dos rumores (desmentidos pela empresa) de que a portuguesa estaria interessada em comprar a totalidade das operações da Walmart Brasil. A Mota-Engil caiu 1,42% para 3,460 euros, a Altri perdeu 0,23% para 4,430 euros e a Jerónimo Martins deslizou 0,17% para 17,245 euros.

Índices recuperam do impacto da inflação nos EUA

As bolsas europeias e norte-americanas negociaram no vermelho, ao início da tarde, logo após a divulgação de dados da inflação nos EUA, que aumentaram os receios que a normalização da política monetária norte-americana seja mais rápida. No entanto, dos dois lados do Atlântico, as bolsas acabaram por recuperar.

“Um dos dados que mais marcou o dia foi a inflação nos Estados Unidos, que subiu mais que o esperado [2,1% em janeiro face à estimativa de 1,9%], mas foi um selloff bastante temporário até porque houve vários rumores durante a tarde, que acabaram por alimentar o mercado”, explicou o gestor.

O Eurostoxx 50 avançou 0,79%, enquanto na Alemanha, o DAX ganhou 1,21% e o índice tecnológico Tech DAX ganhou 2,47%. O francês CAC 40 subiu 1,14%, o italiano FTSE MIB valorizou 1,69%, o britânico FTSE 100 subiu 0,58% e o espanhol IBEX 35 avançou 0,22%.

No mercado cambial, o euro aprecia-se 0,42% para 1,240 dólares, depois de ter estado a desvalorizar contra a moeda norte-americana temporariamente também em reação aos dados da inflação nos EUA. “Foi um selloff muito rápido, com o euro / dólar a voltar à tendência de queda do dólar, o que beneficia uma série de ativos, como o ouro e o petróleo”, acrescentou Steven Santos.

No mercado petrolífero, o crude WTI avança 0,42% em Nova Iorque para 59,44 dólares por barril e o Brent valoriza 0,37% em Londres para 63,09 dólares por barril.

Juros estáveis depois de ida ao mercado de dívida

As yields das Obrigações a 10 anos de Portugal subiram ligeiramente, para 2,08%, após o Tesouro ter ido ao mercado de dívida leiloar 1.250 milhões de euros em OT a 10 e cinco anos.

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, o IGCP, pagou uma taxa em linha com a do mercado secundário e de uma emissão sindicada em janeiro, na maturidade mais longa, apesar de ter aumentado face a um leilão em novembro. Na maturidade mais curta a yield desceu face a um leilão, em outubro.

Nas OT com maturidade a 17 de outubro de 2028 (10 anos), o Tesouro emitiu 760 milhões de euros, com uma taxa de colocação de 2,046%.

“Na emissão a 10 anos podemos dizer que se limitou a seguir os dados do mercado secundário, que atualmente apresenta uma taxa de 2,09% para este prazo. A taxa subiu face à última emissão, mas isso é o que tem acontecido com as taxas das dívidas soberanas mais recentemente, como a Alemanha, dada a expetativa de subida de juros”, explicou Paulo Rosa, senior trader do Banco Carregosa.

Na maturidade mais curta, com prazo a 17 de outubro de 2022 (cinco anos), o IGCP colocou 490 milhões de euros, sendo que a taxa de colocação foi de 0,577%. No último leilão da mesma linha, em outubro, tinha sido de 0,916%.

A 10 anos, a procura superou a oferta em 2,08 vezes, enquanto a cinco anos, ficou 3,67 vezes acima da oferta, em comparação com as anteriores 2,65 vezes.

[Notícia atualizada às 17h05]

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