O PSI-20 fechou a sessão a subir +2,17% para 4.069,55 pontos em linha com as principais praças europeias. Isto apesar das quedas significativas do BCP (-2,57% para 0,1025 euros); da Novabase (-4,64% para 2,670 euros) e da Ibersol, que recuou -3,05% para 4,76 euros.
O banco liderado por Miguel Maya foi penalizado pela nota de ‘research’ do Goldman Sachs que perante a nova realidade económica, de expetativa de forte recessão, prevê que o Millennium bcp tenha um resultado por ação negativo em 2020.
A subida do PSI-20 de hoje não apaga o facto do índice da bolsa lisboeta registar uma queda de 21,95% no trimestre, o que é só a pior performance desde o terceiro trimestre de 2002.
Na sessão a EDP Renováveis brilhou ao subir +5,37% para 10,98 euros; a EDP avançou +3,22% para 3,66 euros; a Galp Energia valorizou +4,16% para 10,40 euros, provavelmente influenciada pela notícia do Negócios . A Galp Energia vai manter a proposta de distribuição de dividendos de 0,70 euros por ação “com que se comprometeu com a comunidade financeira há apenas um mês e que se reporta aos resultados do exercício de 2019”, garantiu fonte oficial da petrolífera ao Negócios. A Galp deixou também o alerta que irá enquadrar a política de distribuição de dividendos “à nova realidade”.
No caso da EDP Renováveis destaque para o facto de em Assembleia Geral Anual de Acionistas ter sido aprovada a proposta do Conselho de Administração relativa à distribuição de um dividendo bruto de 0,08 euros por ação. Os dividendos serão distribuídos no dia 24 de abril de 2020.
A Novabase, por sua vez, deve a queda à suspensão do pagamento de dividendo (0,85 euros por ação).
A Navigator avançou +3,45% para 2,16 euros e a Altri subiu +2,61%. A Jerónimo Martins ganhou +2,75% para 16,44 euros e a Sonae valorizou +2,25% para 0,5895 euros.
A Semapa ganhou +2,11% na sessão para 7,75 euros e a Mota-Engil teve ganhos de +2,52% para 1,100 euros.
Dos 18 título do PSI-20, 13 fecharam a subir.
Na Europa, o EuroStoxx50 fechou nos 2.786,9 pontos (+0,77%); o IBEX encerrou nos 6.785,4 pontos (+1,88%); o DAX atingiu os 9.935,84 pontos (+1,22%); o CAC ganhou 0,40% para 4.396,12 pontos; o FTSE 100 avançou +1,95% parra 5.671,96 pontos e o FTSE MIB fechou em alta de +1,06% para 17.050,9 pontos.
Segundo o analista da Mtrader, Ramiro Loureiro, os setores cíclicos lideram ganhos após bons dados macroeconómicos. “Os setores cíclicos lideraram os ganhos no universo Stoxx 600”, refere o analista.
As principais praças europeias fecham em alta. O índice francês CAC foi o mais castigado, “por causa da desvalorização de títulos como L’Oreal, Safran, Kering, Airbus ou Orange”, diz o analista do grupo BCP.
Destaque ainda para Itália, que vai estender o lockdown pelo menos até à Páscoa (12 de abril) e está a trabalhar num novo pacote de estímulos para meados de abril, de pelo menos 30 mil milhões de euros, após medidas iniciais no valor de 25 mil milhões.
Entretanto, o coronavírus e o seu impacto na economia continuam no centro das atenções. A Organização Mundial de Saúde afirma que existem agora mais de 782.000 infetados em termos globais, com os EUA a registarem o maior número (164.000).
“Ainda no rescaldo da decisão do BCE, o setor bancário esteve novamente pressionado, tendo registado uma flexão próxima de 1%. De lembrar que o BCE suspendeu para os bancos a distribuição de dividendos e planos de recompra de ações própria”, salientou outro analista, desta vez do BPI.
Relativamente ao petróleo, o seu preço, que ontem atingiu um mínimo dos últimos 18 anos nos EUA, registava hoje uma valorização de 1,10%, acrescenta o BPI.
O Brent em Londres está a transacionar com uma subida de +0,04% face à sessão de ontem para 22,77 dólares.
No plano macroeconómico “a revelação de que a atividade industrial e terciária na China voltou a expandir-se em março e de forma surpreendente foi um dos triggers da sessão de hoje”, refere por seu turno o analista do Millennium BCP.
O BPI também defende que os mercados europeus viveram uma sessão ligeiramente positiva, “alicerçada na surpreendente leitura do índice PMI na China”.
A Confiança dos consumidores nos EUA animou ligeiramente os investidores depois da leitura ter demonstrado uma queda menos acentuada do que o esperado em março.
A inflação na zona euro desacelera mais do que o previsto em março, é outra informação macroeconómica.
O euro cai -0,67% para 1,0974 dólares.
No mercado de dívida pública, a Alemanha tem os juros a 10 anos a subirem 2,13 pontos base para -0,47%, ao passo que a dívida portuguesa dispara +13,01 pontos base para 0,86%. Espanha também tem os juros a agravar, mas menos, +7,16 pontos para 0,67% e Itália tem os juros do Estado a subirem +4,42 pontos base para 1,52%.
O IGCP vai avançar com uma emissão sindicada, entre amanhã ou depois de amanhã, de dívida a sete anos. A instituição liderada por Cristina Casalinho mandatou para a emissão da linha com maturidade a 15 de outubro de 2027, sujeita a condições de mercado, o Barclays, BBVA, CaixaBI, Crédit Agricole, JP Morgan e Morgan Stanley como joint lead managers.
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