[weglot_switcher]

Bolsa de Lisboa fecha em queda. Navigator em modo ‘ex-dividendo’

As principais bolsas europeias fecharam sem sentimento definido, apesar do alívio do clima de tensões geopolíticas. Por cá a maior subida foi dos CTT e a maior queda da EDP.
  • José Manuel Ribeiro/Reuters
7 Janeiro 2020, 18h02

A bolsa nacional encerrou em baixa mas essa variação foi condicionado pelo facto da Navigator negociar sob a forma ex-dividendo. “Se se excluir esse efeito, o PSI-20 fechou em alta, embora numa escala menor do que os seus pares europeus”, refere o analista do BPI. A Navigator fechou nos 3.472 euros, no dia em que iniciou a negociação sob a forma de ex-dividendo (0,1394 euros), um dividend yield de 3,9% considerando o preço de fecho de ontem.

A bolsa portuguesa encerrou em queda esta terça-feira, 7 de janeiro, pela terceira sessão consecutiva, com o PSI-20 a perder 0,11% para 5.230,07 pontos. Isto apesar das subidas significativas dos CTT e da Corticeira Amorim. Os Correios subiram +2,81% para 3,220 euros e a Corticeira +2,30% para 11,58 euros. Destaque ainda para as ações da Mota-Engil que avançaram +1,65% para 1,851 euros.

O BCP ganhou terreno, no dia em que, segundo a Bloomberg, ficou conhecido que o Bank Millennium na Polónia, planeia reduzir até 260 postos de trabalho até ao final do primeiro trimestre. O banco fechou a perder 0,30% para 0,2009 euros.

A Pharol subiu +0,98%. Recorde-se que o Grupo Visabeira vendeu 1,7 milhões de ações a um preço unitário de 0,099 euros, representando cerca de 0,19% do capital social da Pharol SGPS, passando agora a deter cerca de 12,4 milhões de ações (representativas de 1,38% do capital da Pharol).

A EDP fechou nos 3,801 euros (-0,78%). A agência Bloomberg disse que a Goldman Sachs reduziu o preço-alvo para finais de 2020 da elétrica dos 4,50 euros para 4,40 euros.

A mesma agência de informação revela que o hedge fund Connor Clark & Lunn reduziu a posição curta no capital dos CTT em 8,40%, que agora totalizam 1.64 milhões de ações a descoberto, o que equivale a 1,03% do capital da empresa, refere a análise do BPI.

A Galp caiu ligeiramente (-0,67% para 15,655 euros), espelho da queda do preço do petróleo que tem oscilado conforme o sentimento dos investidores em relação às tensões no Médio Oriente. O Brent em Londres caiu 1,04% para 68,19 dólares.

O setor petrolífero na bolsa foi penalizado pelo recuo do preço do petróleo nos mercados internacionais.

Hoje a Moody’s publicou um novo relatório analisando os principais riscos para as empresas de energia em 2020, incluindo o impacto das tensões geopolíticas e o aumento da oferta na volatilidade dos preços de petróleo e gás.

Navigator, Premier Oil, Engie e Adidas entre os destaques em sessão mista europeia.

As principais bolsas europeias fecharam sem sentimento definido, apesar do alívio do clima de tensões geopolíticas e os bons dados de atividade terciária revelados ontem. Os dados da Markit apontaram para uma aceleração do ritmo de expansão na atividade de serviços dos EUA.

“Evidenciamos a múltipla informação empresarial que domina a atualidade nos mercados”, refere o analista da Mtrader, Ramiro Loureiro. Destaque para a Navigator com a apresentação de um dividendo extraordinário de 13,94 cêntimos por ação e Premier Oil Plc com uma aquisição de ativos no mar do norte à BP. As fabricantes de semicondutores estão animadas pelos dados revelados ontem pela norte-americana Microhip. Engie, Adidas e Carrefour também merecem a nossa atenção”, lê-se na análise da plataforma do BCP.

A Adidas (+1,76%) arrancou com a terceira tranche de recompra de ações. Esta operação está enquadrada no programa de share buy back de 2018. A terceira fase do plano prevê a aquisição de mais de 10 milhões de ações até 31 de dezembro.

O analista do BCP destaca ainda que a retalhista inglesa WM Morrison teve vendas a caírem menos que o esperado. As vendas comparáveis do 3.º trimestre fiscal da retalhista britânica recuaram 1,2%, uma queda mais suave que a antecipada pelos analistas (previam descida de 1,8%).

Na Daimler (+0,80%) os investidores institucionais estão a processar a fabricante de automóveis pedindo uma indemnização que atinge valores cerca dos 900 milhões, no âmbito do software fraudulento de manipulação de gases da Mercedes-Benz.

Apesar da subida da maioria do índices, nomeadamente do global EuroStoxx 50 que avançou 0,18% para 3.759,2 pontos, alguns índices – como o londrino Footsie e o francês CAC40 – que acabaram por ceder às quedas. O FTSE 100 caiu 0,02% para 7.573,85 pontos e o CAC também cedeu 0,02% para 6.012,35 pontos. Também o IBEX de Madrid recuou 0,22% para 9.579,8 pontos. O índice de referência para a Europa, o Stoxx600, ganhou 0,29% para 417,82 pontos.

Os mercados europeus refletiram a melhoria da perceção dos investidores em relação às tensões no Médio Oriente.

O Dax valorizou 0,76% para 13.226,8 pontos e o FTSE MIB também fechou em alta de 0,60% para 23.723,4 pontos. O holandês AEX também ganhou 0,41%.

“Em termos setoriais, a maioria terminou em alta, mas o setor tecnológico destacou-se, tendo sido favorecido pela notícia de que a americana Microchip Technology apresentou vendas relativas ao 3º trimestre que superaram as estimativas”, constata o BPI no seu comentário de fecho.

Em termos de indicadores económicos, a inflação da Zona Euro fixou-se nos 1,30% em dezembro face ao mesmo mês do ano anterior (era de 1% em novembro) segundo o Eurostat. Esta é a taxa mais elevada desde abril, altura em que se situou nos 1,70%. O valor continua ainda assim abaixo da meta dos 2% estabelecida pelo BCE para a evolução dos preços no longo prazo, continuando a dar espaço para que o ambiente de baixas taxas de juro se mantenha.

A Eurostat revelou ainda que em novembro de 2019, o volume do Comércio a Retalho em Portugal registou uma variação de 0,9% face ao mês anterior (1,0% na Zona Euro e aumentou 0,6% na UE a 28). Em termos homólogos, Portugal registou um aumento de 4,0% (2,2% na zona euro e 1,9 na UE a 28).

No mercado de dívida soberana a dívida alemã a 10 anos avança 0,2 pontos base para -0,285%. A dívida portuguesa cai 0,4 pontos base para 0,365%, ganhando face a Espanha que vê os juros agravarem 0,3 pontos base para uma yield de 0,397% e Itália tem os juros a subirem 1,6 pontos base para 1,377%.

O euro cai 0,46% para 1,1145 dólares.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.