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Bolsa de Lisboa fecha em queda num dia em que investidores europeus estiveram otimistas

Saldo positivo na negociação europeia com praticamente todos os setores de atividade a pisarem o verde. Alguns sinais encorajadores sobre as negociações comerciais entre os EUA e a China deram suporte aos mercados. Lisboa esteve em contraciclo e fechou em queda. Portugal escapa à subida dos juros de Itália.
8 Janeiro 2019, 17h32

Os investidores dos mercados europeus estiveram otimistas na sessão, enquanto aguardam pelas novidades neste que é o segundo dia negociações entre os responsáveis norte-americanos e chineses.

“Até agora os comentários que nos chegam deixam sinais positivos”, disse o analista da Mtrader, Ramiro Loureiro.

Na Europa o EuroStoxx 50 subiu 0,70% para 3.054,94 pontos e o Stoxx 600 subiu 0,87%.

Enquanto as bolsas europeias fecharam no verde, o PSI 20 fecha em contra-ciclo a cair 0,29% para 4.909,74 pontos, com nove dos 16 títulos em terreno negativo.

As ações da Mota-Engil corrigiram das subidas da sessão de ontem, e caíram -2,27% para  1,724 euros. A Jerónimo Martins e os CTT também se destacaram com uma descida de  -1,35% em ambas. A Pharol também em queda de  -1,33%. Em terreno positivo destacou-se a Semapa que fechou a subir 2,34% para 13,98 euros e a Altri que subiu 1,44%.

Nas principais praças europeias a subida foi generalizada. O Dax subiu 0,52% para 10.803,98 pontos, isto apesar da produção industrial alemã ter tido o pior desempenho em quase uma década. “Os números de produção industrial na Alemanha mostraram uma perda de momentum em novembro e o pior registo em quase uma década, mais um sinal de arrefecimento económico”, disse o analista da MTrader.

O CAC 40 valorizou 1,15% para 4.773,27 pontos; o FTSE 100 ganhou 0,74% para 6.861,6 pontos; o italiano FTSE MIB subiu 0,25% para 19.000,14 pontos; e o IBEX valorizou 0,81% para 8.847,3 pontos.

A nota do El Economista diz que a Telecom francesa está interessada em adquirir a espanhola Euskaltel, empresa de telecomunicações.

Dados macroeconómicos que marcaram o dia

“A deixar alguma apreensão estão alguns dados macroeconómicos para a Zona Euro e em especial para a sua maior economia”, diz o analista da MTrader do Grupo BCP.

Na Zona Euro houve uma quebra na confiança nos diversos quadrantes. “Olhando para o mundo empresarial, Ubisoft chama-nos à atenção com um disparo de 6,5%, liderando o Stoxx 600, após nota de uma casa de investimento”, diz ainda o analista.

Segundo dados da Comissão Europeia, em dezembro de 2018, o Indicador de Clima de Negócios da Zona Euro diminuiu 0,22 pontos para 0,82 pontos. No mês em análise, o ISE- Indicador de Sentimento Económico registou uma diminuição de 2,0 pontos na União Europeia (de 109,6 pontos em novembro para 107,6 pontos em dezembro), enquanto a Zona Euro apresentou uma diminuição de 2,2 pontos (de 109,5 pontos em novembro para 107,3 pontos em dezembro).

Também em dezembro de 2018, o Indicador de Sentimento Económico (ISE – sre, ajustado de sazonalidade) para Portugal registou um valor de 112,4 pontos, o que compara com o valor de 111,2 pontos verificado em novembro de 2018. Para a evolução positiva contribuíram os sectores do Comércio a Retalho (de 1,8 para 2,1), Serviços (de 12,5 para 16,3) e Construção (de -7,3 para -5,2), ao contrário da Indústria (de -0,3 para -0,5 pontos). Para o mesmo período, o Indicador de Confiança dos Consumidores diminuiu de -1,2 para -2,3.

O Ifo, instituito alemão, refere, por sua vez, hoje, que a atividade económica na área do euro está a abrandar. No quarto trimestre de 2018 e nos dois primeiros trimestres de 2019, espera-se que a economia cresça 0,3%, respectivamente, segundo as últimas previsões dos três institutos de pesquisa ifo (Munique), KOF (Zurique) e Istat (Roma). Este desenvolvimento será principalmente devido à procura interna. A taxa de crescimento para 2018 como um todo é de 1,9% realça o Ifo. As quebras de produção dos fabricantes de automóveis alemães pesaram sobre a zona do euro no terceiro trimestre de 2018.

O Ifo diz que a produção industrial na zona do euro deverá permanecer inalterada no quarto trimestre de 2018 e, posteriormente, crescer 0,2% em relação ao trimestre anterior. O instituto alemão antevê que a taxa de inflação atingirá os 2,0% no quarto trimestre, próximo da taxa alvo do Banco Central Europeu. Subsequentemente, voltará para 1,9% e 1,8% nos dois primeiros trimestres de 2019, respectivamente.

Os riscos para o crescimento económico aumentarão, refere o Ifo. Esses riscos incluem o Brexit, o aumento das guerras comerciais, a vulnerabilidade dos mercados emergentes e a volatilidade do mercado financeiro.

“Os efeitos da normalização da política monetária pela Reserva Federal dos EUA sobre a economia mundial também permanecem difíceis de avaliar”, conclui o Ifo.

No mercado de dívida pública a dívida alemã agrava 0,5 pontos base para uma yield de 0,226%, mas a dívida portuguesa também sobe, 0,1 pontos base para 1,823%. Espanha assiste a uma significativa subida dos juros (+1,3 pontos base para 1,513%) e Itália vê os juros dispararem 5,5 pontos base para 2,954%.

O euro cai 0,25% para 1,1445 dólares.

O Brent, referência na Europa, sobe 2,18% para 58,58 dólares e o crude WTI também a escalar 2,37% para 49,67 dólares.

 

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