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Bolsas: euro penalizado com aumento esperado dos nacionalismos eurocéticos

Os analista de mercado prevêem uma abertura com grande volatilidade na segunda-feira e apontam para que a moeda única europeia tropece caso o número de lugares no Parlamento Europeu ocupados por eurocéticos aumente. 
26 Maio 2019, 18h38

O aumento dos movimentos de nacionalismo eurocético é uma das maiores preocupações dos investidores nas eleições europeias, que terminam este domingo. Os analista de mercado preveem uma abertura com grande volatilidade na segunda-feira e apontam para que a moeda única europeia tropece, caso o número de lugares no Parlamento Europeu ocupados por eurocéticos aumente.

“As eleições europeias terminam no domingo e espera-se grande volatilidade na abertura das bolsas na segunda-feira e também no euro. Esta é a segunda maior votação em eleições democráticas a seguir à Índia. As eleições decorrem em 28 países e estão 751 assentos disponíveis no Parlamento Europeu”, explicou ao Jornal Económico sales team leader da corretora XTB Carla Maia Santos.

O Partido Popular Europeu (PPE), da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas (S&D) e da Aliança dos Democratas e Liberais pela Europa (ALDE) são até agora os maiores partidos com representação no Parlamento Europeu, mas Carla Maia Santos nota que o crescimento dos partidos nacionalistas e eurocéticos é uma realidade que preocupa os investidores e que pode reconfigurar a atual estrutura da instituição europeia.

“O aumento do movimento de nacionalismo eurocético coloca os investidores preocupados com o facto de estes poderem aumentarem os seus assentos na União Europeia, colocando em causa os programas e políticas em curso”, indica, salientando que “se os partidos eurocéticos de extrema-direita aumentarem a sua ocupação nos assentos, nesta eleição, é esperada uma reação negativa no euro”.

As projeções colocam nos lugares cimeiros partidos como a Reunião Nacional (em França), a Liga (em Itália), a Alternativa para a Alemanha e o VOX (em Espanha). Carla Maia Santos lembra, no entanto, que, nos Estados Unidos, “onde o populismo e as políticas protecionistas cresceram, mas mesmo assim o dólar continua forte face às outras moedas”.

“Apesar de se esperar uma reação negativa do euro, se a extrema-direita ganhar terreno nas eleições, a verdade é que o euro está em mínimos de dois anos e o dólar está sobrecomprado, a nível técnico. O dólar index (USDIDX) negoceia dentro dum canal de tendência positiva, testou o topo do canal mostrando agora potencial para desvalorizar”, indica a sales team leader da XTB.

Às 18h30, o euro valorizava 0,28% para 1,121 dólares e perdia 0,16% para 0,881 libras esterlinas. “Se os eurocéticos não ganharem terreno nestas eleições, o euro poderá reagir em alta, corroborando a análise e o potencial de quebra em alta da tendência baixista será maior”, afirma Carla Maia Santos, realçando que “os partidos que vencerem estas eleições vão ficar com a grande responsabilidade de decidir sobre o Brexit e outros assuntos, como a emigração ilegal, durante os próximos anos”.

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