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Bolsas europeias afundam à espera de evoluções na política orçamental de Itália

Por cá, o principal índice do bolsista português, PSI 20, perde 0,06% para 5.017,41 pontos, pressionado pelas papeleiras e BCP.
12 Novembro 2018, 11h08

A bolsa nacional está a negociar com perdas ligeiras, a meio da manhã desta segunda-feira, dia 12 de novembro, invertendo a tendência de abertura. O principal índice do bolsista português, PSI 20, perde 0,06% para 5.017,41 pontos, pressionado pelas papeleiras e BCP. Na Europa, as bolsas seguem mistas no dia em que os líderes da coligação do governo italiano, Luigi Di Maio e Matteo Salvini, se reúnem para debater a nova proposta de orçamento que vão enviar a Bruxelas.

A Altri lidera as perdas do índice nacional, ao cair 1,36% para 7,240 euros. Ainda no setor das papeleiras, a Semapa desvaloriza 0,90% para 15,500 euros e a Navigator recua 0,63% para 4,088 euros.

Em queda estão também os CTT. O serviço postal perde 0,59% para 3,360 euros, depois de ter anunciado na sexta-feira passada o lançamento de novos serviços para fazer face à concorrência no correio expresso e ter manifestado a intenção de apostar mais no e-commerce com abertura de centro comercial virtual em 2019.

O BCP acompanha também as congéneres europeias, em queda. O banco liderado por Miguel Maya desliza 0,04% para 0,256 euros. No setor da energia, a EDP recua 0,13% para 3,106 euros, a EDP Renováveis cai 0,25% para 7,840 euros e a REN deprecia 0,41% para 2,434 euros.

Em terreno negativo estão ainda a Jerónimo Martins (-0,37%), a Mota-Engil (-0,37%) e a NOS (-0,67%).

A somar destaca-se a Pharol, que sobe 2,70% para 0,175 euros. A beneficiar a cotada está o anúncio de que a empresa liderada por Luís Palha da Silva quer recuperar parte dos prejuízos resultantes do investimento que à data a PT SGPS fez na empresa de telecomunicações Oi e por isso deu entrada no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa com a ação principal “visando a condenação da Oi no pagamento à Pharol de uma indemnização em dinheiro no valor total de 2.017.108.646,58 euros [2,017 mil milhões de euros], incluindo juros de mora vencidos e vincendos”.

Em alta está também a Galp, impulsionada pela subida do preço do petróleo. A petrolífera nacional ganha 0,74% para 14,885 euros. No setor petrolífero, a cotação do barril de Brent, que serve de referência para a Europa, soma 2,01% para 71,59 euros, enquanto a cotação do crude WTI sobe 1,43%, para 61,05 dólares por barril.

No ‘verde’ estão também a Corticeira Amorim (0,21%), a Sonae (2,54%) e a Sonae Capital (2,03%).

As restantes praças europeias estão a negociar mistas. O índice alemão DAX perde 0,49%, o francês CAC desvaloriza 0,02%, o italiano FTSE MIB deprecia 0,18%. Em contraciclo, o holandês AEX ganha 0,33%, o britânico FTSE 100 avança 0,41% e o espanhol IBEX 35 sobe 0,20%.

Os investidores estão atentos aos novos desenvolvimentos na disputa entre Itália e a União Europeia, em relação ao Orçamento. Esta semana termina o prazo para a alteração de algumas medidas orçamentais, a fim de evitar o endividamento e cumprir os compromissos assumidos com Bruxelas. Os líderes da coligação do governo italiano, Luigi Di Maio e Matteo Salvini, estão esta segunda-feira reunidos para debater a nova proposta de Orçamento que vão enviar a Bruxelas.

No final de outubro, a Comissão Europeia chumbou a proposta de Orçamento do Estado apresentada pelo governo italiano para 2019. Esta foi a primeira vez que Bruxelas rejeitou a proposta orçamental de um Estado membro da UE, por este não cumprir com as metas estabelecidas no Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC).

A “irresponsabilidade na gestão orçamental” e o “desvio claro e intencional dos compromissos assumidos pelo Governo italiano”, como lhe chamou Pierre Moscovici, valeram aos italianos uma reprimenda de Bruxelas e uma abertura de um prazo de três semanas, até 13 de novembro, para a apresentação de um plano revisto para o próximo ano.

No mercado cambial, o euro deprecia ligeiramente 0,68% para 1,125 dólares e a libra perde 1,02% para 1,283 dólares.

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