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Bolsas prolongam bom arranque do ano… até quando?

As bolsas mundiais continuaram a subir neste início de fevereiro, prolongando o excelente momento que atravessam desde o final do ano passado.
8 Fevereiro 2019, 00h35

Os principais índices dos EUA já recuperaram uma parte importante das perdas registadas desde outubro. O Nasdaq subiu quase 20% desde os mínimos de 24 de dezembro e acumula mais de 10% de ganhos em 2019. O quadro é semelhante no S&P 500 e no Dow Jones, ainda que com recuperações um pouco mais modestas. Com estas subidas, os três índices corrigiram até à média móvel de 200 dias, mas só o Dow Jones já a conseguiu ultrapassar. Na Europa, a situação é bem diferente porque, ao subir menos em 2019, os índices estão ainda a alguma distância dessa referência de mercado.

A fortíssima recuperação das bolsas parece estar a “perder algum gás”, o que não pode surpreender tendo em conta as valorizações recentes e o aproximar de semanas que podem voltar a reacender muitos receios no mercado. Os EUA e a China voltarão em breve à mesa das negociações sobre comércio e as indicações que têm vindo de ambas as partes são muito inconclusivas, à medida que se aproxima o fim do período de “tréguas” sobre as tarifas entre os dois blocos. Também já está muito perto a data-limite de 15 de fevereiro para um acordo entre a Casa Branca e o Congresso, que permitiria evitar um novo encerramento dos serviços federais nos EUA. Entretanto, o processo do Brexit continua num impasse, com Theresa May a tentar forçar a União Europeia a alterar a sua posição quanto à fronteira das Irlandas, o que não será fácil. Merkel apelou à criatividade, o que fala por si. Da economia europeia vão continuando a sair indicadores económicos fracos, o que reforça as expectativas de uma desaceleração este ano.

Cerca de 75% das empresas dos EUA superaram as previsões dos analistas nesta earnings season, dando a entender que a economia até poderá desacelerar, mas isso ainda não se nota nos resultados. Na Europa o panorama é bem diferente, com os analistas a continuarem a cortar nas estimativas do o que terá acontecido no 4º trimestre de 2018. A Google e o Facebook superaram as previsões em termos de lucros e de receitas, com as receitas de publicidade em destaque. Ainda nos EUA, destaque para a aquisição da SunTrust por parte da BB&T, que permitirá criar o 6º maior operador de crédito no país. A operação, avaliada em 28 mil milhões de dólares (feita em ações) será a maior no setor bancário desde 2009. Na Europa, Bruxelas rejeitou a fusão entre a Alstom e a Siemens, com o argumento de que a operação iria reduzir significativamente a concorrência.

Como referido inicialmente, o PSI 20 tem sido o único índice europeu a conseguir igualar os ganhos das praças estado-unidenses ao subir 10% este ano e quase atingindo a média móvel de 200 dias. Há sete cotadas com ganhos de dois dígitos em 2019 no PSI 20, mas destacam-se, acima de 20% a Jerónimo Martins, Altri, Navigator e a Mota Engil. Em todos os casos foram divulgados dados encorajadores da atividade, passada ou futura.

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