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Bolsonaro critica Lula após Supremo anular condenações do ex-presidente do Brasil

O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, criticou na quinta-feira Lula da Silva e a sua possível candidatura às presidenciais de 2022, ao comentar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que anulou as condenações do antigo mandatário.
16 Abril 2021, 08h22

“Não está começando aqui a campanha para 2022, mas, pela decisão do Supremo, Lula é candidato. Façam uma comparação com os ministros do Lula e com os nossos ministros, não é? Se Lula voltar pelo voto direto, voto auditável, tudo bem. Agora, vejam qual será o futuro do Brasil com o tipo de gente que vai trazer para dentro da Presidência”, afirmou Bolsonaro, na sua habitual transmissão em direto na rede social Facebook.

O atual chefe de Estado brasileiro também criticou a gestão do líder do Partido dos Trabalhadores (PT), que presidiu o país entre 2003 e 2010.

“O Brasil não quebrou no último ano, no penúltimo ano, no governo A, B ou C. O Brasil vem numa situação bastante complicada há décadas, alguns querem que eu resolva, limpe a casa sozinho de uma hora para outra. Não quero, jamais, me intitular como faxineiro do Brasil, aquele que vai resolver os problemas, o salvador da Pátria”, disse.

“Querem criticar o meu Governo, fiquem à vontade, mas puxem um pouquinho pela memória para ver como era no passado”, acrescentou Bolsonaro, que chegou ao poder em janeiro de 2019.

Apesar não ter confirmado que será candidato às eleições presidenciais de 2022, Bolsonaro assegurou que Lula tentará novamente ser Presidente, possibilidade que já foi admitida pelo próprio.

Segundo Bolsonaro, o Supremo tornou “elegível um presidiário condenado por corrupção”.

O STF manteve na quinta-feira a anulação das condenações por corrupção de Lula da Silva na Lava Jato de Curitiba, rejeitando um recurso da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Com a rejeição do recurso, Lula volta a ser elegível e recupera os seus direitos políticos, podendo candidatar-se às presidenciais de 2022.

Apesar da anulação das condenações, Lula não foi inocentado, uma vez que os casos do ex-presidente serão transferidos para outra cidade e serão retomados à fase da análise da denúncia pelo novo juiz de primeira instância responsável pelo caso.

Num outro momento da sua transmissão no Facebook, Bolsonaro disse que “só Deus” o tirará da “cadeira presidencial”, ao comentar a decisão da juíza do STF Cármen Lúcia, que concedeu cinco dias ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, para explicar os motivos para ainda não ter analisado os mais de 100 pedidos de destituição contra o mandatário.

“Eu não quero me antecipar e falar o que eu acho sobre isso, mas digo uma coisa: só Deus me tira da cadeira presidencial e me tira, obviamente, tirando a minha vida. Fora isso, o que estamos vendo a acontecer no Brasil não se vai concretizar. Mas não vai mesmo. Não vai mesmo”, afirmou Bolsonaro.

De acordo com a Constituição brasileira, cabe ao presidente da Câmara dos Deputados abrir, ou não, um processo de destituição do chefe de Estado, não havendo um prazo definido para tomar essa decisão.

Nos últimos dias, Bolsonaro tem protestado contra uma decisão do Supremo, que mandou o Senado investigar possíveis omissões do Governo na pandemia de covid-19.

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