Os negociadores do Reino Unido e da União Europeia estão reunidos este fim de semana para transformar as propostas para o Brexit num acordo concreto de saída, e o primeiro-ministro britânico mostra-se tanto otimista como cauteloso. A poucos dias da chamada “make-or-break summit” (a cimeira europeia agendada para quinta e sexta-feira), Boris Johnson terá telefonado aos colegas de gabinete e dito que ainda é possível haver um acordo de última hora, segundo a agência “Reuters”. No entanto, avisou que ainda há trabalho a ser feito.
“O primeiro-ministro atualizou o gabinete sobre o progresso que está a ser feito nas negociações sobre o Brexit, reiterando que há um caminho para acordo que se poderá ver, mas que ainda há uma quantidade significativa de trabalho para chegar até lá”, referiu um porta-voz do escritório de Boris Johnson aos jornalistas.
A próxima semana vai ser decisiva para o desfecho do divórcio Londres-Bruxelas, e Boris Johnson está a tentar que existam condições para uma separação ordenada com o seu maior parceiro comercial, a 31 de outubro. A mesma fonte confirmou à imprensa local que Boris Johnson referiu, nessa atualização sobre as conversas com Michel Barnier, que o país deve manter-se preparado para sair da comunidade única no último dia do mês.
De acordo com o jornal “Sunday Times”, Boris Johnson irá conversar com a chanceler alemã, Angela Merkel, com o presidente francês, Emmanuel Macron, e com o presidente da Comissão Europeia até segunda-feira para pedir que apoiem o seu esboço de acordo para a saída. Uma das soluções apresentadas pelo primeiro-ministro britânico refere-se à ‘backstop’ (fronteira entre as duas Irlandas) e passa por colocar a Irlanda do Norte no território aduaneiro do Reino Unido, mantendo esta nação numa zona regulatória comum.
Ainda antes deste encontro entre os dirigentes europeus, Jean-Claude Juncker explicou que cabe aos britânicos decidirem se vão pedir um novo adiamento. “Mas se Boris Johnson for solicitar tempo extra, o que provavelmente não fará, eu consideraria um erro histórico recusar tal pedido”, afirmou, em entrevista ao diário austríaco “Kurier”.
Notícia atualizada às 18h25
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