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Bosch atingiu recorde de vendas de 78,1 mil milhões em 2017

Depois de alcançar estes resultados recorde em 2017, e considerando os riscos económicos e geopolíticos, o Grupo Bosch espera um crescimento de 2 a 3% nas vendas em 2018.
25 Abril 2018, 16h38

A multinacional alemã Bosch registou em 2017 um recorde de vendas de 78,1 mil milhões de euros, o que representou um aumento de 6,8% face ao exercício precedente, ou de 8,4%, após o ajuste aos efeitos da taxa de câmbio.

Desta forma, o ano passado, foi “muito positivo para a Bosch e todas as áreas de negócio contribuíram para esse resultado”, segundo um comunicado da empresa.

O EBIT (ganhos antes das taxas e dos resultados financeiros) das operações alcançou os 5,3 mil milhões de euros, ou seja, 17% acima de 2016.

“Tanto a receita de vendas como os ganhos são os mais altos de sempre na história da nossa empresa. Além disso, o EBIT das operações cresceu ainda mais do que as vendas”, comentou Stefan Asenkerschbaumer, CFO e vice-presidente da administração da Bosch.

A margem do EBIT das operações atingiu os 6,8%, 0,6% acima do ano anterior.

Os gastos com a investigação e desenvolvimento da Bosch no ano passado totalizaram 7,3 mil milhões de euros em 2017, mais de 9% do total da receita de vendas.

Todas as áreas de negócio da Bosch reportaram um aumento de receitas de vendas em 2017: a soluções de mobilidade viu um aumento de 7,8% (9,4% após ajuste aos efeitos da taxa de câmbio) nas vendas para 47,4 mil milhões de euros, três vezes mais do que a taxa de crescimento da indústria automóvel no mundo.

Este valor de receita total inclui, pela última vez, a contribuição da divisão ‘started motors and generators’, vendida no fim de 2017. A margem das operações foi de 7,3%, um ponto percentual acima do ano anterior.

Na área de bens de consumo, as vendas chegaram aos 18,4 mil milhões de euros, 4,5% acima do ano anterior, ou 6,7% considerando os efeitos da taxa de câmbio. A margem das operações foi de 8,1%.

A área de negócio da tecnologia industrial aumentou a receita de vendas em 7,8% para 6,8 milhões de euros, ou por 9,2% após ajuste aos efeitos da taxa de câmbio. A margem das operações foi de 3,3%, um aumento de 2,1 pontos percentuais em relação ao ano anterior.

A área de negócio de energia e tecnologia de edifícios alcançou uma receita total de 5,4 mil milhões de euros em vendas, o que equivale a um aumento de 4,1%, ou 5,8% após o ajuste aos efeitos da taxa de câmbio. A margem das operações foi de 4,4%.

O Grupo Bosch gerou uma receita total de vendas de 40,8 mil milhões de euros na Europa em 2017, o que representa um aumento de cerca de 5,6%, ou 6,6% quando consideradas as taxas de câmbio.

A empresa beneficiou da recuperação de mercados da Europa Ocidental e do bom desenvolvimento económico na Alemanha.

As vendas em países da Europa Oriental como a Rússia, Roménia e Turquia também aumentaram significativamente.

O crescimento foi também alcançado na região da Ásia-Pacífico, incluindo África. As vendas aumentaram cerca de 13,5% (16,5% após ajuste aos efeitos da taxa de câmbio) para um total de 23,6 mil milhões de euros.

Devido à menor produção no setor automóvel e aos efeitos negativos da taxa de câmbio, as vendas do grupo na América do Norte ficaram 2% abaixo do ano anterior, nos 12,1 mil milhões de euros.

Por outro lado, na América do Sul, as vendas aumentaram em 16,4% (13,2% após ajuste aos efeitos de câmbio), para 1,6 mil milhões de euros.

No relatório de 31 de dezembro de 2017, o Grupo Bosch contava com cerca de 402.000 colaboradores em todo o mundo, mais 12.900 pessoas do que em 2016.

As atividades de recrutamento foram particularmente fortes na Ásia-Pacífico e na Europa Central e Oriental.

No seu país de origem, a empresa conta com mais 3.700 colaboradores, num total de 137.700. Em 2018, a empresa vai continuar a recrutar especialistas e executivos em 2018, especialmente engenheiros de IT e ‘software’.

Depois de alcançar estes resultados recorde em 2017, e considerando os riscos económicos e geopolíticos, o Grupo Bosch espera um crescimento de 2 a 3% nas vendas em 2018.

Já no primeiro trimestre deste ano, a receita de vendas gerada pela empresa aumentou 5% após ajuste aos efeitos da taxa de câmbio.

Esta fase de crescimento foi comentada pelo CEO da Bosch, Volkmar Denner: “a combinação de ‘know-how’ em conectividade, indústria e produto que temos na Bosch é incomparável”, acrescentando que “esta é a nossa proposta diferenciadora.”

O responsável máximo da Bosch coloca a melhoria da qualidade de vida e o contributo para o ambiente e clima no topo da agenda do grupo: “o nosso ‘ethos’ ‘Tecnologia para a Vida’ é a motivação para o desenvolvimento das melhores tecnologias para a proteção ambiental”.

“Queremos ajudar a manter as pessoas móveis, enquanto melhoramos a qualidade do ar”, assegurou este responsável.

O CEO da Bosch adiantou que, para tornar as emissões relacionadas com a mobilidade praticamente nulas, a empresa está a fazer grandes investimentos, tanto para tornar a eletromobilidade num sucesso de mercado como para melhorar o motor de combustão.

Neste domínio, a Bosch reclama ter conseguido um grande avanço na tecnologia ‘diesel’ ao reduzir as emissões de NOx (enxofre) a um décimo do limite legal permitido.

Em média, os veículos de teste equipados com a tecnologia avançada não emitem mais do que os 13 miligramas de NOx por quilómetro, o que é muito menos do que os 120 miligramas que vão ser permitidos após 2020.

“O ‘diesel’ tem futuro. Vai continuar a ser essencial para as soluções de mobilidade”, afirmou o CEO da Bosch.

No campo da conectividade, a Bosch garante que nenhuma outra empresa oferece tantas soluções no mundo real: além da mobilidade inteligente, a empresa está ativa em domínios como a Indústria 4.0, a cidade e a casa inteligente.

“Até ao momento, a Bosch implementou 170 projetos de IoT [‘internet’ das coisas], focando-se em desafios como o aumento populacional, a urbanização e a alteração climática. Em 2017, a empresa vendeu aproximadamente 38 milhões de produtos habilitados para a ‘web’, isto é, cerca de 40% a mais que no ano anterior”, destaca um comunicado da empresa.

Atualmente, a Bosch emprega mais de 25.000 engenheiros de ‘software’, dos quais quatro mil estão envolvidos no desenvolvimento de soluções para a ‘Internet’ das Coisas.

Na área da obilidade elétrica, “em 2017, a empresa assinou 20 contratos para produzir sistemas elétricos de ‘powertrain’, avaliados em quatro mil milhões de euros”

O mesmo comunicado acrescenta que a Bosch “espera que o mercado de massas para veículos elétricos tenha um crescimento mais acentuado a partir de 2020, pretendendo ser um dos protagonistas”.

Assim, a Bosch já está a trabalhar com a ‘startup’ americana Nikola Motor Company e a empresa chinesa Weichai Power, maior fabricante mundial de motores para veículos comerciais, para promover o uso de células de combustível em veículos de produção na China.

Além do negócio de componentes, a Bosch vê também um futuro promissor em serviços ‘web-based’, como o recém-lançado ‘system!e’, para melhorar a viabilidade da condução elétrica.

Na vertente da condução autónoma, “a Bosch está a fazer um progresso significativo na condução autónoma, crescendo mais rápido que o mercado que deverá aumentar 20% este ano”.

“Em 2019, a empresa espera gerar dois mil milhões de euros em vendas de sistemas de assistência ao condutor. Espera ainda que as vendas dos sensores de radar e vídeo, por exemplo, aumentem em 40%”, assume o referido comunicado.

O CEO Volkmar Denner destacou que “mais automatização significa maior complexidade técnica”.

“No futuro, os nossos clientes vão precisar de soluções completas e não apenas de componentes. Esta é a outra área em que a nossa especialidade em sistemas é uma vantagem”, explicou este responsável.

Cerca de quatro mil engenheiros estão a trabalhar para a Bosch em soluções para a condução autónoma, mais mil do que em 2016.

A mobilidade conectada é outro mercado no qual a Bosch espera gerar negócios significativos. O mercado global deverá alcançar os 140 mil milhões de euros em 2022 e espera-se que até 2025 haja mais de 450 milhões de veículos conectados nas estradas em todo o mundo.

Neste sentido, a Bosch entrou no negócio de partilha de boleias através a aquisição da ‘startup’ americana Splitting Fares (SPLT).

A SPLT e outras 20 prestadoras de serviços de mobilidade fazem parte da nova divisão de soluções de mobilidade conectada da Bosch, que inclui ainda o serviço de partilha de ‘e-scooters’ da COUP.

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