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BP regressou aos lucros no terceiro trimestre

Com um lucro de 84,57 milhões de euros no terceiro trimestre, a multinacional BP reduziu a dívida no trimestre em 422,8 milhões de euros e espera voltar a reduzir dívida no último trimestre do ano. Em declarações enviadas ao JE, o CEO da BP, Bernard Looney, antecipa que a empresa tem “grandes projetos online que estão a chegar”.
27 Outubro 2020, 13h10

A multinacional BP regressou aos lucros no terceiro trimestre de 2020, apresentando um resultado positivo de 84,57 milhões de euros, segundo informação da empresa divulgada ao Jornal Económico. Para os principais analistas do mercado, embora estes lucros tenham sido “tímidos”, traduzem um desempenho melhor do que era aguardado pelo mercado. Para a BP, este desempenho significa que a empresa “está a acompanhar o crescimento da procura de petróleo”.

Em declarações enviadas ao Jornal Económico, o CEO da BP, Bernard Looney, refere que a nova estratégia da BP privilegia o “desempenho num enquadramento de transformação”. “Temos grandes projetos online que estão a chegar e os nossos negócios voltados para o consumidor estão realmente a aumentar. Continuamos firmemente focados na disciplina de custo e capital. E a dívida líquida continua a cair. Estamos firmemente comprometidos com a atualização do nosso quadro financeiro e com a nossa política de dividendos”.

Segundo dados da BP referentes ao terceiro trimestre do ano, a multinacional registou “um lucro subjacente a custos de substituição de 100 milhões de dólares” (cerca de 84,57 milhões de euros), o que compara com as “perdas de 6,7 mil milhões de dólares” (cerca de 5,6 mil milhões de euros) registadas no segundo trimestre, mas também com os “lucros de 2,3 mil milhões de dólares” (1,9 mil milhões de euros) registados no terceiro trimestre de 2019.

O “cash-flow operacional atingiu 5,3 mil milhões de dólares” (4,48 mil milhões de euros) no terceiro trimestre, “excluídos os encargos com pagamentos relacionados com os derramamentos de petróleo no Golfo do México, o que compara com um cash-flow de 4,8 mil milhões de dólares” (cerca de 4,05 mil milhões de euros), informou a BP.

“A dívida líquida no final do terceiro trimestre ascendeu a 40,4 mil milhões de dólares (34,16 mil milhões de euros), menos 500 milhões de dólares (422,8 milhões de euros) que no trimestre anterior”, adiantou a multinacional. A BP espera “reduzir novamente a dívida no próximo trimestre, à medida que for encaixando o produto de desinvestimentos entretanto efetuados”, explicou a companhia ao JE. A BP anunciou um dividendo de 5,25 cêntimos por ação no trimestre.

“Os custos de produção do upstream, durante os nove primeiros meses de 2020, ficaram 10% abaixo dos custos homólogos em 2019, refletindo um progresso no aumento da eficiência operacional, mas também o resultado da estratégia de desinvestimento” referiu a companhia, detalhando que “a disponibilidade da infraestrutura de downsteam (o aparelho refinador) foi da ordem dos 96,2%”.

No trimestre anterior, o novo CEO da BP, Bernard Looney, tinha reconhecido que “os resultados principais foram impulsionados pelas medidas deliberadas que tomámos, enquanto continuamos a re-imaginar a energia e a reinventar a BP”.

Bernard Looney admitiu então que “a nossa redefinição de premissas de preços de longo prazo e os respetivos encargos pela redução ao valor recuperável e de exploração, tiveram um grande impacto. Para além disso, o desempenho da BP permaneceu resiliente, com bom cash-flow e – o que considerou ser o mais importante – com operações seguras e confiáveis”.

A 4 de agosto a BP, num comunicado enviado à Bolsa de Londres, a BP reportou que tinha registado perdas semestrais de 18,03 mil milhões de euros, tendo cortado para metade o pagamento dos seus dividendos referentes ao segundo trimestre, devido à queda na procura de petróleo decorrente da pandemia de Covid-19. As perdas do primeiro semestre de 2020 contrastam com os lucros atribuídos de 4,04 milhões de euros registados no mesmo período do ano anterior.

A faturação total da BP de janeiro a junho ascendera a 77,12 mil milhões de euros, enquanto que as perdas antes de impostos nestes seis meses totalizaram 20,86 mil milhões de euros. Recorde-se que a dívida líquida da BP ascendia, em 30 de junho, a 34,76 mil milhões de euros.

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