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Brexit: acordo permanece impossível por causa da Irlanda

Tal como previam todos os analistas desde 2016, a questão das fronteiras entre as Irlandas é a mais difícil de ser ultrapassada. Theresa May falou esta noite com Emmanuel Macron na tentativa desesperada de encontrar apoios,
  • Stefan Wermuth/REUTERS
16 Outubro 2018, 07h40

A primeira-ministra britânica, Theresa May, declarou que não pode “concordar com nada que ameace a integridade do Reino Unido” e que, com base nesse pressuposto, não aceita que a União Europeia mantenha o controlo da fronteira da Irlanda do Norte. May disse, citada pelos jornais ingleses, que embora tenha proposto que o Reino Unido obtenha uma “solução alfandegária” para todo o país, a UE disse que não há tempo suficiente para encontrar os detalhes de uma opção do género nas próximas semanas.

Os negociadores de Bruxelas exigiram que a atual fronteira norte-irlandesa – em que parte do Reino Unido permaneceria na união alfandegária depois do Brexit – fosse mantida, mesmo que tenha sido rejeitado pelo governo.

“É para nós claro que não podemos concordar com nada que ameace a integridade do Reino Unido. E tenho a certeza de que toda a casa compartilha a visão do governo sobre isso”, disse Theresa may na ‘casa’, o Parlamento britânico, esta segunda-feira – já depois do início daquela que se previa que seria a última ronda de negociações entre as duas partes.

A primeira-ministra vai esta quarta-feira a Bruxelas para uma cimeira crítica de dois dias, onde os líderes da União têm que decidir se estão ou não a ser feitos progressos suficientes nas negociações do Brexit, para realizarem (ou não) uma cimeira extraordinária final em novembro.

Antes disso, durante a noite passada, de segunda para terça-feira, May tinha agendada uma reunião o presidente francês, Emmanuel Macron, na tentativa de encontrar um aliado que a ajude a pressionar os líderes da Uniuão a mudar de ideias sobre a última e aparentemente inamovível barreira ao acordo final. Segundo o jornal ‘The Guardian’, May ter-se-á também preocupado em falar sobre o assunto com a chanceler alemã Angela Merkel e com o primeiro-ministro holandês Mark Rutte.

May disse que também precisava garantir que o recuo proposto, conhecido como ‘acordo alfandegário temporário’, fosse limitado no tempo: “Eu preciso de ser capaz de olhar nos olhos do povo britânico e dizer que esse recuo é uma solução temporária”, afirmou no Parlamento.

A questão de como limitar esse o tempo causou preocupação no interior do Partido Conservador, com alguns a pretenderem que a primeira-ministra imponha uma data, em vez de ser vaga nessa matéria.

“Este é o momento para manter a frieza e a calma e é a hora de um foco claro sobre os poucos problemas remanescentes, mas críticos, que ainda estão por ser acordados”, disse. “Continuo a acreditar que um acordo negociado é o melhor resultado para o Reino Unido e para a União Europeia. Continuo acreditando que o acordo é realizável. E esse é o espírito no qual continuarei a trabalhar com os nossos parceiros europeus”, concluiu.

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