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Brexit não afastou ingleses da compra de casas turísticas no Algarve

O Reino Unido continuou a apostar na compra de imobiliário residencial turístico em Portugal em 2016, sendo mesmo a nacionalidade mais representativa entre os investidores estrangeiros, com um peso de 31% no número de transações concretizadas por não residentes.
9 Agosto 2017, 07h10

A França (19%) e o conglomerado de países do Norte da Europa (Benelux e Escandinávia) (17%) são os outros dois mercados estrangeiros mais expressivos. Estes números são avançados pelo SIR-Turismo Residencial, gerido pela Confidencial Imobiliário e onde se confirma que o Brexit não afetou negativamente a procura de habitação turística em Portugal por parte dos investidores do Reino Unido, ao contrário do que seria inicialmente expetável como consequência económica e política decorrente do referendo que votou a favor da saída desta Estado da União Europeia.

Trata-se de uma conclusão ainda mais reforçada no âmbito do eixo Albufeira-Loulé (Algarve Central), que é o mercado mais importante do Turismo Residencial em Portugal, com 44% da oferta imobiliária captada pelo SIR-Turismo Residencial. Nesta localização, os Britânicos não só protagonizaram quase metade das transações de origem internacional (46%), como atingiram o ticket médio de investimento mais alto, investindo cerca de 2,1 milhões de euros por operação. Este valor quase duplica os 1,1 milhões de euros investidos, em média, pelos Chineses, que são o segundo país mais representativo nas aquisições internacionais neste eixo (quota de 13%). Destacam-se ainda os países do Norte da Europa, com uma quota de 7% nas compras por não residentes e um ticket médio de investimento de 1,5 milhões de euros.

Relativamente ao total do mercado nacional de Turismo Residencial (que contempla as zonas da Costa Atlântica, Algarve Central, Barlavento e Sotavento), o ticket médio de investimento dos compradores do Reino Unido reduziu-se no período pós-Brexit, passando de 1,4 milhões de euros no 1º semestre para 1,1 milhões de euros no 2º semestre. Esta descida é explicada pela Confidencial Imobiliário com o direcionamento da procura britânica para casas de menor dimensão e não tanto para uma gama de produto inferior, já que apesar da descida do ticket médio, o preço médio unitário de compra nos dois semestres se manteve em torno dos 3.800 euros/m2.

No total do ano 2016, os Britânicos apresentavam um ticket médio de investimento em habitação turística em Portugal em torno dos 1,2 milhões de euros, um patamar muito distante das outras nacionalidades com maior dinâmica nas transações, nomeadamente os países do Norte a Europa (495 mil euros) e a França (282 mil euros).

“Estes dados mostram que o investimento do Reino Unido não só não sofreu com o Brexit, como até aumentou a sua quota entre os compradores internacionais no segundo semestre do ano. A consequência mais evidente do Brexit teve sobretudo a ver como a desvalorização da libra, refletindo-se na contração do valor médio de investimento pelos Britânicos, que desceu entre os 1º e o 2º semestre”, garante Ricardo Guimarães, Diretor da Confidencial Imobiliário. O responsável acrescenta ainda que “mesmo esse impacto não foi generalizado, destacando-se os resorts do Eixo Loulé-Albufeira, nos quais o ticket médio se manteve, premiando um mercado de qualidade e com um forte histórico de relação com o Reino Unido”.

O SIR-Turismo Residencial é um sistema estatístico que abrange a atividade de compra e venda de imóveis de turismo residencial e que é desenvolvido pela Confidencial Imobiliário em parceria com a APR-Associação Portuguesa de Resorts, com o apoio do Turismo de Portugal.

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