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Brexit “num limbo” e Trabalhistas querem eleições. O que se segue para Boris Johnson?

O processo de legislação do Brexit está suspenso até que a União Europeia chegue a uma decisão sobre o pedido de extensão. Caso seja concedido, o Parlamento terá até 31 de janeiro para chegar a um novo acordo. Até lá, e citando as palavras do ‘Speaker’ da Câmara dos Comuns, o Brexit está “num limbo”.
23 Outubro 2019, 11h54

Foi uma vitória para Boris Johnson, mas de pouca duração. Os deputados aprovaram, esta terça-feira, a primeira fase do acordo conseguido pelo primeiro-ministro em Bruxelas, mas chumbaram, logo a seguir, o calendário proposto para debate e aprovação. O resultado? Boris Johnson anunciou a “suspensão” de todo o processo legislativo enquanto aguarda pela decisão de um adiamento do Brexit por parte da União Europeia (UE).

A isto, Bercow caracterizou esta proposta como estando “num limbo”, sem probabilidades de avançar mas também não sem ser totalmente retirada. “Para se entrar no limbo não se pode estar ainda vivo”, reagiu o ministro dos Assuntos Parlamentares, Jacob-Rees Mogg, sugerindo antes que a situação surgida desta terça-feira é mais semelhante ao “purgatório”.

A primeira fase da proposta foi aprovada com uma maioria confortável de 329 votos a favor e 299 contra. Se a votação tivesse ficado por aqui, teria sido um dia histórico já que, como relembra a Sky News, é a primeira vez que os deputados votam a favor de um acordo para o Brexit desde que o referendo aconteceu, há mais de três anos.

Boris Johnson chegou mesmo a congratular a Câmara dos Comuns: “Não devemos ignorar o significado deste momento. Mas lamento que a Câmara tenha votado a favor de um adiamento em vez de garantir que o Reino Unido sai a 31 de outubro com um acordo”, afirmou.

Momentos depois, a porta-voz da UE informou que tinha “tomado nota” da decisão no Parlamento e “espera que o Governo informe” a Comissão sobre “os próximos passos”. Ao mesmo tempo, relembra que o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, está a consultar os líderes sobre o pedido de adiamento.

O Parlamento Europeu (PE) já se manifestou e garantiu que daria luz verde ao pedido de adiamento do Brexit. O presidente do PE David Sassoli afirmou esta manhã: “Penso que é aconselhável, como solicitado pelo Presidente Donald Tusk, que o Conselho Europeu aceite esta extensão. Esta extensão permitirá ao Reino Unido esclarecer a sua posição e ao Parlamento Europeu exercer seu papel”, cita o The Guardian, as suas declarações.

Ao jornal britânico, o deputado dos Trabalhistas Richad Burgon reagiu à ameaça de ontem de Boris Johnson sobre eleições antecipadas caso se sucedesse a um chumbo do acordo. “Gostaria de ver uma eleição antecipada antes do Natal para mandar o Boris e o Thatcherismo dele [apoiantes de Margaret Thatcher] para fora de Downing Street”, anunciou. “Assim que a UE concordar com uma extensão apoiaremos uma eleição geral”.

Apesar de o processo de legislação do Brexit estar “num limbo”, os trabalhos continuam esta quarta-feira na Câmara. Rees-Mogg anunciou, durante a sessão parlamentar, que esta quarta-feira vão continuar a debater o Discurso da Rainha e o programa de Governo, apresentado na semana passada. Este será depois votado na quinta-feira.

 

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